A crise econômica e de saúde terrivelmente mal geridas pelo governo de Jair Bolsonaro - "um presidente com a imagem já bem rachadinha", está servindo para uma aproximação entre os antagônicos, desde 1990, PT e PSDB.
Tudo começou no alinhamento entre os partidos no Fórum dos governadores, onde resistem as ameças e boicotes feitos pelo presidente nas ações de enfrentamento ao coronavírus.
Agora já se fala sobre reunir os ex-presidentes Lula e FHC, e há interlocutores admitindo apoio a quem chegar ao segundo turno. “Da minha parte estou aberto a conversar. Na minha concepção, é preciso definir quem é o inimigo principal. Se é o Bolsonaro, como a gente ganha dele? E ganhar para fazer o quê? Essas são as duas questões postas”, disse FHC ao Estadão.
Para Rui Costa (PT), governador da Bahia, “Se depender de mim, vamos trabalhar para isso. Sou a favor de que a gente coloque o Brasil acima das nossas divergências políticas secundárias. Estamos tratando de um projeto de salvação nacional. A lógica da disputa da eleição no Brasil será semelhante à dos Estados Unidos. É a democracia contra a barbárie e o ódio. A sociedade do bem vai prevalecer contra a lógica miliciana de condução do País.”
Contudo, claro que a tarefa não será tão simples. São décadas de disputas entre as duas siglas. PT E PSDB só entiveram juntos no 2º turno de 1989, quando o presidenciável Mário Covas declarou apoio a Lula contra Fernando Collor.
No presente também será necessário superar a resistência atual a essa aproximação na bancada do PSDB liderada pelo deputado Aécio Neves (MG) que apoia Jair Bolsonaro e entre parlamentares petistas mais 'radicais'.
No cenário atual tudo caminha para que nas eleiçoes de 2022 tenhámos o inverso do que ocorreu em 2018, quando todos os postulantes tentavam incoporar o voto antipetista. Agora tudo indica que será o voto contra Bolsonaro.
A vida dos brasileiros e a nossa democracia precisam parar de serem golpeados constantemente e insistentemente pelo devoto de hidroxicloroquina, ivermectina, seus filhos e seus aliados radicais.