Mais de 40 mil novos casos de câncer colorretal devem ser diagnosticados no Brasil. Essa é estimativa para o triênio 2020/2022 do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Considerando que a prevenção é a melhor forma de combater o câncer do intestino grosso, neste mês acontece a campanha Março Azul-Marinho.
A iniciativa da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed), Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e mais nove sociedades de especialidades médicas busca alertar a população sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce desse tipo de tumor.
Diagnóstico e chances de cura
De uma maneira geral, o câncer colorretal está relacionado ao aparecimento de tumores que se iniciam em uma parte do intestino grosso chamada de cólon, e também no reto. O médico proctologista Ricardo Tavares, explica que, se diagnosticada precocemente, a doença tem 90% de chances de cura.
"Por isso, é muito importante estar atento aos sintomas. O exame de detecção de pólipos e prevenção padrão ouro é a colonoscopia, que deve ser realizada a partir dos 50 anos de idade, em homens e mulheres.", afirma.
O exame avalia a mucosa e é capaz de identificar outras alterações como colite, varizes e doença diverticular. Os sinais mais frequentes do câncer de intestino incluem diarreia, constipação, cólica ou sensação de inchaço abdominal, além de perda de peso sem motivo específico, náuseas, vômitos e presença de sangue nas fezes.
Hábitos saudáveis
O médico afirma que a adoção de hábitos saudáveis de vida são a melhor forma de prevenir o câncer colorretal. "Uma alimentação rica em fibras, especialmente frutas, verduras e legumes, é extremamente importante para diminuir as chances de ter a doença. Dietas ricas em carnes e gorduras devem ser evitadas, assim como o consumo excessivo de tabaco e álcool", informa.
Outro ponto defendido pelo profissional é a prática de atividades físicas de maneira regular e, consequentemente, o controle do peso. "Cuidar de si é um ato de amor. Previna-se!", finalizou.
Herança e cuidado
A cabeleireira Marcela Santos, 48 anos, comentou que acompanhou de perto todo o processo da doença. Seu pai foi diagnosticado com câncer colorretal e devido à gravidade do caso, mesmo com tratamento foi preciso fazer uma colostomia.
No início, a nova realidade foi um pouco “assustadora”, disse Marcela, mas com o tempo o pai dela e todos da família aprenderam a conviver com essa “nova forma de viver” que impunha algumas limitações.
“Meu pai sempre foi uma pessoa muito ativa e de repente, devido à doença e às sessões de quimioterapia ficou debilitado e precisou se afastar do trabalho”, lembra a cabeleira lamentando que, após três anos de tratamento o pai faleceu.
Aquela perda serviu de alerta não só para mim, mas também para minhas irmãs. Apesar de termos menos de 50 anos, por medida de prevenção e orientação médica, de dois em dois anos fazemos o exame de colonoscopia.
“A melhor forma de prevenir é fazermos os exames e as consultas”, afirmou Marcela explicando que nunca vai deixar de fazer o acompanhamento médico. “Faço isso por mim e pela minha família”, declarou.