O anúncio do Decreto 73.650, feito ontem, 16, pelo governador Renan Filho e que determina, entre outras coisas, a restrição de horário para a circulação de pessoas em todo o estado das 21h às 05h, o fechamento de bares e restaurantes e a proibição do acesso a praias, rios e lagoas aos finais de semana, “assustou” a classe hoteleira.

Ao CadaMinuto, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH/AL), Ricardo André Duarte Santos, disse que entende a preocupação do chefe do executivo com os altos índices de ocupação de leitos hospitalares e óbitos decorrentes da Covid-19.  

Porém, o empresário pontuou que o setor hoteleiro, assim como bares e restaurantes, está se esforçando para se adequar às medidas sanitárias recomendadas pelos protocolos, no entanto, é sabido que os problemas de aglomeração estão em outros locais como transporte público e festas clandestinas. “A falta de fiscalização está causando o fechamento de setores onde todo o cuidado era mantido”, afirmou o presidente, ressaltando que nos hotéis os servidores usam máscaras e equipamentos de segurança, todos os objetos e utensílios de uso coletivo e pessoal são devidamente higienizados, foram instaladas placas acrílicas e outros itens preconizados anteriormente.

O presidente da ABIH/AL foi enfático e disse que, se for para fechar locais por questões de aglomeração, fechem bancos, supermercados e cancelem o transporte público.

No entanto, a medida anunciada ontem nos surpreendeu pois, em outras palavras, esse decreto está induzindo a cadeia de turismo a fechar. “Mas não vamos aceitar pagar tudo”, disparou Ricardo Santos. A cadeia do turismo teve prejuízo, em 2020, de R$1,5 bilhão e agora novamente nos vemos com hospedes cancelando ou remarcando suas reservas. “O estado e município vão ter que absorver os prejuízos, nossos custos, e principalmente com funcionários, pois ano passado, devido à pandemia em Alagoas houve cerca de 2.800 demissões na hotelaria”, desabafou.  

Quanto às novas medidas, o presidente da ABIH avalia que, novamente o setor hoteleiro é sacrificado e agora, apesar do choque, a classe está ainda absorvendo as informações e buscando uma solução.  

No entanto, de acordo com as medidas restritivas, Ricardo André indaga: “a partir da 0h desta sexta-feira, o que vamos oferecer aos mais de 8 mil turistas que estão atualmente em Maceió?, O que vão fazer trancados nos hotéis?”.