As obras furtadas do Parque das Esculturas Francisco Brennand, em Recife, foram despedaçadas para serem vendidas como sucata em Alagoas, de acordo com a Polícia Civil de Pernambuco.

Dez pessoas foram indiciadas, dentre elas, cinco foram presas por furto qualificado e associação criminosa, três adolescentes foram responsabilizados por atos infracionais análogos ao crime de furto e os dois donos das sucatas, por receptação qualificada.

O delegado seccional de Boa Viagem, Felipe Monteiro afirmou que a ação ocorreu de madrugada e que os envolvidos foram e fugiram do local através de duas baiteras (pequenos barcos de pesca) e foram até a Zona Oeste da capital pernambucana, onde venderam a parte de cobre das obras de arte. De lá, o dono revendeu para uma sucata maior e, por fim, foi vendido para compradores do estado de Alagoas.

“A investigação mostrou que eles usaram baiteras para facilitar a locomoção do produto do furto do Parque das Esculturas até a margem. Depois usaram carroça para levar até os estabelecimentos comerciais”, contou o delegado. 

“Não tem como a gente saber se eles sabiam se era uma obra de arte, mas, por serem comerciantes e entenderem a legislação que afeta eles, eles sabem que não podem comprar dessa maneira. Por esse motivo, eles foram responsabilizados pelo crime de receptação qualificada porque pela maneira que foi adquirido o produto foi demonstrado uma prática criminosa”, disse.

O caso

No dia 2 de fevereiro, a polícia havia prendido cinco suspeitos pelos furtos das obras. Inaugurado em 2000, o parque é um marco comemorativo aos 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil. Quando inaugurado, o espaço possuía 90 esculturas do artista plástico, falecido em dezembro de 2019.

Atualmente, restam apenas pouco mais de 10 peças no parque. Em 4 de dezembro, ocorreu o último furto: o da serpente de bronze, peça com 20 metros de comprimento e 1,5 metro de altura. A serpente inclusive deu nome à operação policial, que resultou no indiciamento das dez pessoas.

*Com Folha de Pernambuco