Maria Guilhermina de Oliveira  nasceu em 1946, na cidade de Montes Claros (MG), morava com seus pais em um sítio ,na área rural.

Aos 11 anos,  Maria deixou o sítio e foi morar com uma família para terminar os estudos. Não terminou. 

Quando os pais mudaram para Marília, Maria foi com eles e decidiu dar um tempos nos estudos , o pai insistiu pela continuidade , mas, ela “não deu bola” e voltou-se para o trabalho de doméstica. Passava, lavava, esfregava e polia.

Com 35 anos tornou-se mãe de uma menina e desafiando as estatísticas educou e instruiu. Hoje em dia, é mãe de uma nutricionista formada.

Em 1995, com quase 50 anos, a doméstica decidiu finalizar o colegial (atual Ensino Médio). Frequentava as aulas noturnas e em quatro anos se formou.

E aos 71 anos, em  2017, Dona Maria investida de coragem e muitos sacrifícios cotidianos, foi aprovada em Arquivologia. “Não quero ouvir os outros falando ‘ah, que bom que a senhora está aqui’. Não, não! EU que fico feliz. Fico feliz comigo mesma, com o que eu consegui conquistar.”-afirma Maria, a ex-doméstica e  futura arquivista. 

Salve, a preta Dona Maria!

E sim, o racismo é um camaleão poliglota.

Fonte: https://conteudo.solutudo.com.br/marilia/de-domestica-a-universitaria-maria-guilhermina-de-oliveira/?fbclid=IwAR05wlQkcDDIaEPffpM3n5WhhmgwIvClzo8JEHQ3RcEU3WWHXaHxDC0rgLY