Caso estivesse muito bem avaliado nas pesquisas, o presidente Jair Bolsonaro teria lançado para o comando do Congresso seus aliados valentões e agressivos ou seus apoiadores oriundos da mistura entre o negócio político/ evangélico.
Como isso não ocorre, foi preciso acertar os ponteiros com os chefões de partidos do centrão. E tudo indica que - daqui a quatro dias - Bolsonaro terá vitórias na eleição das Mesas da Câmara e do Senado.
Contudo, o grande ganhador será o bloco partidário que dá forma, cara, identidade e cor ao centrão. Esculhambados e desprezados no iníco do governo, agora são eles que protegem Jair Bolsonaro das dezenas de pedidos de impeachment.
O presidente precisa da vitória de Arthur Lira (PP-AL) na Câmara dos Deputados e de Rodrigo Pacheco (DEM-MG) no Senado como arma de proteção. O custo dessa 'paz' é o velho e tradicional 'toma lá, dá cá' com emendas, cargos, enfim.
E como é de conhecimento público, o tradicional centrão caminha com o governo do momento apenas até quando as pautas convergem. Em caso de divergência eles decidem sempre pensando em levar vantagem.
Ou seja, Jair Bolsonaro não terá liderança majoritária sobre os parlamentares, mas terá tranquilidade e conforto.