Erra quem pensa que o presidente Jair Bolsonaro está preocupado com uma série de projetos fundamentais para a economia dependentes de votação na Câmara e no Senado.
A disputa pelas presidências da Câmara e do Senado estão se impondo sobre tudo. E o jogo jogado em questão leva e objetiva o controle das duas Casas e a eleição de 2022, por fim.
Por isso o capitão precisa ter o controle total do Legislativo com os seus aliados políticos do Centrão, os quais deverão seguí-lo na corrida pela reeleição. Ou seja, controlar cargos, verbas, projetos, tomar decisões políticas e administrativas estratégicas.
Também é por isso que Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP) não são aceitos para permanecerem nos cargos através da tese da reeleição. Ambos ganharam para si muita visibilidade e deram, consequentemente, musculatura ao DEM, que cresceu nesta eleição municipal e tende a ter candidatura própria ou se unir ao PSDB em 2022 de olho no governo federal.
A questão agora e urgente para Bolsoanro é virar e ganhar o jogo. Nesta terça-feira (1), 14 senadores divulgaram nota onde dizem que a Constituição e o regimento interno do Senado vedam a recondução para o mesmo cargo na mesma legislatura.
Esse posicionamento é uma ação também contra o STF - e contra estratégia de Maia e Alcolumbre -, que inicia nesta semana o julgamento da ação sobre a possibilidade de reeleição dos presidentes do Senado e da Câmara.
E o grande líder dessa reação é o deputado federal Arthur LIra (PP-AL), líder do Centrão que ambiciona suceder Maia e conta com o apoio de Bolsonaro. Ele articulou, com o apoio de 11 partidos, também nesta terça, a divulgação de uma “Carta à Nação Brasileira e ao Supremo Tribunal Federal”, onde chama a possibilidade de reeleição de “coronelismo parlamentar”.
Arthur Lira e o governo de Alagoas em 2022
Citado e festejado como nome forte para disputar o governo de Alagoas, gente do mundo político e do círculo do parlamentar garantem que ele só pensa em presidir a Câmara, ser reeleito deputado federal em 2022 e, na legislatura seguinte, comandar outra vez por mais 2 anos o Legislativo.
Mas, claro, irá apoiar candidatos ao Senado e ao governo em Alagoas com o poder e a influência que tem um presidente da Câmara Federal aliado do presidente da República.
Porém, falta ainda o jogo jogado ser concluído com perfeição para Arthur e Bolsonaro.