As pesquisas eleitorais registradas que foram divulgadas até agora (Ibope, Paraná Pesquisa e Ibrape) e trazem o levantamento das intenções de voto em Maceió não apresentam – no topo da disputa – grandes diferenças. Pelos números de todas elas, a eleição é disputadíssima e o segundo turno é praticamente algo garantido.
Em duas pesquisas – Ibrape e Ibope – Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB) surge na liderança, com 27% e 26% respectivamente. Nessas, o deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB) tem 25% em ambas. Na Paraná Pesquisas, JHC é o primeiro com 26,9% e Alfredo Gaspar tem 25,9%.
Bem, como são três pesquisas que podem ser comparadas, o cenário posto deve ser esse aí mesmo: o empate técnico ora com uma leve vantagem para um, ora para outro. Porém, esse “empate técnico” é fruto do crescimento de Alfredo Gaspar de Mendonça. Isso fica visível quando comparamos os números de agora com os das pesquisas feitas em período pré-eleitoral, quando JHC – mesmo diante de um cenário de possível segundo turno – era franco favorito.
Portanto, as pesquisas de agora devem preocupar mais JHC do que Alfredo Gaspar de Mendonça que, pelos números, chegou ao patamar que almejava logo no início da campanha eleitoral.
E aqui digo ao leitor que analiso os números sem paixões, pois dentre as candidaturas postas e dos grupos de apoio a essas, meu olhar é de desconsolo e de orações por Maceió. Afinal, nada há de novo quer seja de um lado ou do outro. Então, sinto-me livre para cravar seguinte: JHC precisará reposicionar sua campanha para evitar que Alfredo Gaspar se descole. Nesses momentos, a máquina pública (o emedebista conta com as duas) pode fazer diferença.
Um ponto positivo para JHC é que – ao que tudo indica - a denúncia de Alfredo Gaspar de Mendonça contra o socialista não fez muito efeito junto à opinião pública. Aposto: nem fará. Se terá efeito jurídico ou não, aí é com a Justiça Eleitoral. O mesmo vale para caso da denúncia de JHC contra Alfredo Gaspar.
O fato é que os dois se encontram no ringue. E aí, cada um deles possui dois rivais: um ao outro e cada um contra si mesmo. Um erro em uma campanha curta e tão acirrada pode ser fatal.
Se nada muda no topo da tabela, no meio dela temos uma surpresa. Estando corretos os números das três pesquisas, o Ibrape mostra que a campanha de Cícero Almeida (Democracia Cristã) se encontra em dificuldades. Almeida era o terceiro colocado em pesquisas anteriores e sempre – com margem de erro ou não – na casa dos dois dígitos. Davi Davino Filho (Progressitas) era o quarto colocado e distante dos líderes.
Na pesquisa do Ibrape, Almeida cai para 6% e fica na quarta posição. Davi Davino aparece com 15% e assume a terceira posição.
Há fatores aí que não são os únicos: Almeida acumula rejeição e tem extrema dificuldade de colocar o bloco na rua. É possível afirmar com bases empíricas que a campanha do ex-prefeito praticamente inexiste e faz com que Cícero Almeida pontue pela lembrança que o maceioense tem dele. E aí, como é o mais conhecido e já foi prefeito é natural que tenha a maior rejeição. Se Almeida não for para a rua, não tiver campanha e não tiver um marketing poderá desidratar ainda mais e acabar fazendo companhia aos candidatos do fim da tabela.
Davi Davino Filho fez um ajuste sutil, mas perceptível aos mais atentos: deixou de ser Davi Filho para retomar o sobrenome “Davino” e se posicionar pelo que já é conhecido do legado político da família. Com mais tempo de televisão e com o marketing primoroso, não surpreende o crescimento. Porém, onde há muito marketing pode haver pouco conteúdo. Não sei se é o caso. Todavia, dos guias eleitorais, tecnicamente falando, o de Davi Davino Filho é o mais bem estruturado.
Sobre os demais candidatos? Não há – por enquanto – muito que falar a não ser que em próximas pesquisas surpreendam. Em todo caso, a sensação ao olhar o pleito se desenrolar é seguinte: outro rostos, mas é mais do mesmo.