O Ministério Público do Estado, por meio da 62ª Promotoria de Justiça da Capital, instaurou procedimento administrativo para apurar denúncias de assédio sexual na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar. A portaria assinada pela promotora Karla Padilha foi publicada no Diário Oficial do MPE desta quinta-feira (20).

No documento, a promotora cita o episódio envolvendo a tenente-coronel do CBMAL, Camila Paiva, alvo de comentários de cunho machista por parte de um major da PM, em um grupo de Whatsapp do qual participam vários militares.

Depois que Camila tornou pública a denúncia, em julho, mulheres militares se uniram no movimento #SomosTodasMarias, quando usaram as redes sociais para denunciar episódios de assédio sexual dos quais foram vítimas, na PM e no Corpo de Bombeiros.

Destacando que o assédio sexual e/ou moral sofrido pelas policiais femininas no âmbito da Administração Pública não constitui problema pontual ou isolado, Karla Padilha pontuou que “o silêncio das policiais femininas vítimas de importunações tanto sexual quanto moral no âmbito das corporações suscita uma intervenção mais incisiva no sentido de se garantir a proteção de seus direitos e mitigar a subnotificações sobre a matéria, sobremodo tendo-se em conta o ambiente predominantemente masculino e hierarquizado da polícia castrense, moldado para o universo masculino, desde seu nascedouro”.

A portaria, datada do dia 5 de agosto, determina o agendamento reunião com o comando das entidades envolvidas para discutir ações de combate ao assédio sexual e moral em desfavor de policiais e bombeiros femininas.

A promotora também determina envio de ofício à Corregedoria-Geral da PM para que informe as providências adotadas para apuração de possível transgressão disciplinar cometida por um major da Polícia Militar PM em desfavor da tenente-coronel Camila Paiva.