“Ela foi deselegante com a educação, por que eu seria elegante com ela?”. Essa foi a resposta do deputado Davi Maia (DEM) ao ser questionado, pelo blog, sobre as razões pelas quais protocolou um requerimento convocando - ao invés de convidando - a secretária de Estado da Educação, Laura Souza, para prestar esclarecimentos na Assembleia Legislativa de Alagoas.
Em geral, quando qualquer pessoa é chamada ao Parlamento, primeiramente isso acontece por meio de um convite, ficando a convocação apenas para último caso. Destinado à Mesa Diretora da Casa e à Comissão de Educação, o requerimento solicitando a convocação da gestora foi protocolado nesta sexta-feira (14) e deve ser votado em plenário na próxima semana.
Conforme o documento, a convocação “tem a finalidade de que (a secretária) esclareça ao povo alagoano a declaração em que culpou os professores pela falta de engajamento dos alunos em atividades on-line.”.
Por meio de sua assessoria de Imprensa, o parlamentar destacou que o vídeo com um trecho da reunião entre a secretária e professores para discutir a baixa participação de alunos nas aulas on-line deixa claro o desconhecimento da gestora “da realidade não só de milhares de alunos, como também de professores que estão há meses fazendo o impossível sem qualquer auxílio do Governo”.
“Além de absurda, a fala proferida na reunião é ofensiva, desproporcional e incabível. A gestora tenta transferir indevidamente a responsabilidade e os problemas da gestão da educação durante a pandemia para os professores, que não merecem a culpa da desorganização gerada pelo Estado”, acrescentou Maia.
Contexto
Principalmente em tempos de “cancelamentos” e linchamentos virtuais, vale lembrar que o pequeno trecho do vídeo exibido na internet é um recorte, dentro do contexto de uma reunião que, segundo a assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), durou mais de duas horas.
No trecho, Laura Souza utiliza - em mais de um momento - expressões e palavras como “a gente” e “nós” para discutir o problema da evasão escolar.
São indiscutíveis as enormes barreiras encontradas por professores e, principalmente por alunos da rede pública de ensino, para o acesso a aulas on-line, mas, é necessário repetir: sem o contexto global da discussão, é complicado - para não dizer temerário - atirar a primeira pedra.