Em vídeo postado nas redes sociais, o secretário de Saúde de Maceió, Thomaz Nonô, disse enxergar com preocupação o “litígio claríssimo” entre Judiciário e Executivo, entre a Presidência da República e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Com sua peculiar ironia, Nonô criticou os dois protagonistas da briga: o presidente “desastrado” e a Corte “política”.
“Na minha opinião, o Supremo invade claramente atribuições privativas do Poder Executivo, decisões de rara infelicidade. Há dois anos a nossa Suprema Corte começou a derivar para decisões de natureza política, à época respaldados pela inércia do legislativo em legislar... Tomou gosto e agora começa a fazer funções de prefeito, governador e sobretudo de presidente da República... Presidente não poder nomear um auxiliar? Pedirem o celular pessoal do presidente? Em que país estamos?”, questionou.
Para Nonô, por outro lado, Jair Bolsonaro “se revela politicamente desastrado” - ao não perder chances de provocar o Judiciário e o Legislativo - e “muito contraditório”: “Ora repudia o toma lá da cá do Legislativo, ora chama para conversar notórios papas da religião do toma lá da cá... O relacionamento com o STF também é esquisito, ora faz visita de cortesia, ora espinafra ministros publicamente”.
O secretário também “aconselhou” Bolsonaro a evitar provocações sistemáticas e a não bater boca com a imprensa.
Para o ministro Celso de Mello, o “conselho”.de Thomaz Nonô foi mais duro: “Judiciário é para julgar, é inerte como se diz na doutrina, ele responde às provocações da sociedade e não das opiniões pessoais do presidente... Aí vem o decano Celso de Mello, o mais velho de lá, ‘rodado’, dizer que parece a Alemanha nazista... Não é função própria de juiz, muito menos de juiz da mais elevada Corte. Espero que o bom senso prevaleça. Se não isso pode ser pior que o coronavírus”.