Alagoas se despediu nesta quinta-feira, de um de seus mais ilustres e dedicados artistas, que faleceu aos 84 anos de idade. Oswaldo Cruz Filho, baiano de nascimento, após sua aposentadoria na Marinha do Brasil, em 1982, adotou a Terra dos Marechais para fazer o que mais gostava: pintura em telas. Aqui, cuidou e educou sua família, constituída de filhos, netos, nora, genro, demais parentes e uma legião de amigos.
Oswaldo Cruz foi professor de Artes, dotado de grande sensibilidade artística. Como um verdadeiro amante da natureza, soube retratar muito bem em suas pinturas de telas o que os seus olhos enxergavam de belo. Fez escola em Alagoas com a criação da Academia Pancetti, na Rua Marechal Roberto Ferreira, no Centro de Maceió, com exposições muito concorridas, onde sua cor preferida em seus quadros era o azul celeste, o azul do mar.
"Além da sua veia artística e cultural, Oswaldo era uma pessoa avessa a violência, e não gostava de histórias tristes; era um romântico por natureza. Preocupava-se com as pessoas e, se não pudesse ajudar, se abstinha de julgar. Foi um herói na vida dos filhos, netos e familiares. Ele foi ao encontro de Jesus Cristo, aonde se encontra agora. Certamente, foi recebido num estado de alegria. Ele partiu para um descanso, para um estado de paz, aonde descansará de todas as suas aflições, cuidados e tristezas", afirmou seu genro, o promotor de Justiça, Dr. Magno Alexandre Ferreira Moura.
"Era um homem dedicado ao que fazia; um mestre da pintura, um professor exemplar. Em muitas ocasiões foi homenageado pela Marinha do Brasil e nos diversos eventos por ele organizado ou não. Sentiremos muito sua ausência, seu convívio", declarou o estadual Sílvio Camelo (PV) por quem teve uma profunda admiração
Curiosidade:
Em 1984, nas instalações da Capitania dos Portos de Alagoas, Oswaldo Cruz Filho promoveu o Salão de Artes Marinhas, dando forma, conceito e identidade ao evento, quando se reconhecia, já naquela época, o poder e o conhecimento de um homem que em sua vida dedicou-se, profissionalmente, a Marinha do Brasil, como um obstinado pelo que fazia, como artista plástico e como professor de Arte. Seus quadros (veja exposição de alguns deles) não deixam dúvidas de quem era esse artista de identidade baiana e que escolheu Alagoas para viver.