“É lógico que a escolha do próximo Procurador-Geral de Justiça deverá recair no nome mais votado. Essa tem sido a práxis, no Brasil. Onde isso não ocorreu, as gestões desses MPs foram um fiasco. Sempre admirei o governador Renan Filho, e ele sabe disso. E o tenho como um democrata. A não ser que ele queira seguir o exemplo do Bolsonaro, que empurrou goela abaixo o PGR do seu querer...”.
A avaliação acima foi feita pelo ex-PGJ, Eduardo Tavares, em forma de comentário em uma postagem no Blog do Ricardo Mota, intitulada “Associação Nacional do Ministério Público faz apelo a Renan Filho”, publicada sábado, dia 18 de abril.
Tavares se refere à eleição, ocorrida sexta-feira (17), da lista tríplice para escolha do novo PGJ que comandará o Ministério Público Estadual de Alagoas (MPAL) entre os anos de 2020 e 2022. O promotor de Justiça Marcus Rômulo ficou em primeiro lugar, com 94 votos; seguido do ex-PGJ em exercício, Márcio Roberto Tenório (77 votos), que ocupou a vaga após o pedido de exoneração de Alfredo Gaspar; e do próprio Eduardo Tavares, com 62 votos.
No comentário, Tavares prossegue dizendo que, nas duas vezes que exerceu o cargo de PGJ foi sempre na condição de mais votado e frisa: “Jamais aceitaria ser nomeado sem ser o mais votado. Quem aceita tal situação (falo in genere) passa a transparecer estranheza e geralmente a gestão termina sendo pífia. Agora, a lista é horizontal, e o governador poderá nomear quem ele quiser (menos a minha pessoa, já disse)”.
Além de dizer que o segundo colocado na lista também está preparado para o cargo, “afinal, durante três anos, ele foi o PGJ de fato”, alfinetou, ao se referir ao vice-PGJ de Alfredo Gaspar, Tavares anunciou que gostaria de conceder uma entrevista a Ricardo Mota, na qual fará revelações “incríveis e bombásticas” que, seguramente, mudarão o rumo das próximas eleições municipais e da política, de modo geral”.
“A essa altura da minha vida, não tenho nada a perder... Não tenho medo de quem quer que seja. Essa palavra, medo, não existe em meu dicionário. Muita gente tá tomando gato por lebre. Inclusive o governador. Depois vou pedir proteção federal, não para mim, mas para minha família. Digo isto. por conhecer o comportamento de alguns indivíduos sedentos de poder. Verdadeiros psicopatas. São lobos em pele de cordeiro. São capazes de cometer falsidades, destruir reputações e são chorões. Não. Suporto homem público chorão. São muitos os perigos dessa vida. As punhaladas estão à espreita. A maldade está a nos rodear”, escreve.
Eduardo Tavares finaliza reforçando que, quanto à lista, que venha o mais votado: “Não haveremos de permitir que a política partidária avacalhe o Ministério Público alagoano. Como já avacalhou, essa é a verdade, doa a quem doer. A decisão é do senhor, governador Renan Filho”.