O Jair Bolsonaro “conciliador”, aquele que apareceu no pronunciamento ao país na noite desta terça-feira, durou apenas doze horas. Era fake. Antes das oito da manhã desta quarta, primeiro de abril, o elemento já estava no Twitter espalhando mais uma falsidade acerca da crise provocada pela pandemia de Covid-19. O presidente que desonra o cargo reproduziu um vídeo de um homem que aparecia na Ceasa de Belo Horizonte anunciando o “desabastecimento geral” decorrente do isolamento social.
O sujeito que fez a gravação reproduzida pelo chefe da nação não passa de um fanático bolsonarista. Nas imagens postadas, o pátio da Ceasa aparece vazio. Ocorre que logo depois a armação foi desmoralizada. A imprensa correu até o local e mostrou outra realidade: caminhões, produtos, comerciantes e consumidores estão lá como sempre estiveram. Está tudo no seu devido lugar.
O que houve? O seguidor de Bolsonaro, segundo acredita a direção da Ceasa de BH, deve ter gravado seu vídeo no último sábado, fora do horário de funcionamento do mercadão. Ou seja, é fraude de caso pensado, exatamente para “provar” a tese do capitão. Baseado na farsa de seu eleitor, Bolsonaro repetiu os ataques aos governadores. Nada mudou na cabeça perturbada do “mito”.
Flagrado em mais uma pilantragem, o presidente apagou sua postagem no Twitter. Como escreveu o jornalista Voney Malta, meu colega de blog aqui no CM, Jair fez como fazem os “desocupados” que vivem de trollagem na internet. Como classificar a autoridade número um de um país que se comporta de maneira tão depravada? Este é o Messias farsante que a “nova direita” ama e defende.
Nos últimos dois ou três dias, Bolsonaro teve publicações suas apagadas no Twitter, Facebook e Instagram. Motivo: a direção das redes sociais informou que ele espalha desinformação, algo perigoso para a vida das pessoas, da própria população brasileira. Eis o nosso estadista.
A rapaziada que baba de amores pelo capitão, aquela gente que caça comunista nas feiras livres e embaixo da cama, não se dobra. Os garotões da direita alagoana, por exemplo, seguem no apoio firme ao sujeito que solta três mentiras a cada duas frases. Como já escrevi por aqui, ele não vai parar.
Você leva a sério um mentiroso contumaz? Quem acredita num compromisso assinado por um estelionatário? Sua resposta para as duas perguntas é “não”, eu sei. Então é a mesma coisa com Bolsonaro. Temos um presidente da República com a credibilidade abaixo de zero. A escória.
Por tudo isso, pelo conjunto da obra do miliciano do Planalto, proponho projeto de lei para mudar o título destinado ao primeiro de abril. Que a partir de agora a data deixe de ser conhecida como o Dia da Mentira e passe a ser lembrada anualmente como Dia do Bolsonaro. É uma justa homenagem.
Enquanto espalha fake news pra todo lado, com o luxuoso auxílio de boçais pela internet, o presidente segue aprofundando a crise pela qual o país atravessa. Que os governadores sigam firmes nas medidas corretas de combate à pandemia. Estão do lado certo, com a verdade e a ciência.
Bolsonaro tem de ser impedido de sabotar o Brasil. Bem ou mal, é o que se vê em algumas decisões da Justiça que anulam medidas criminosas do cretino. Reação à altura também deve ser a marca no Congresso e nas demais instituições. Afinal, as urnas não entregam ao eleito poderes absolutos.