Ouvi falar de Yvonne Bezerra de Mello,quando sua história se cruzou com os meninos mortos no massacre da Candelária, em 23 de julho de 1993
Meninos que foram mortos quando dormiam na frente da Igreja da Candelária, no centro do Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa. Eram 70 menin@s. 8 jovens entre 11 e 19 anos foram fuzilados naquela noite.
Quando aconteceu o massacre jovens -sobreviventes ligaram para Yvonne pedindo socorro , ela acudiu e os protegeu.
Passei uns tempos impressionada com o massacre e acompanhando o desenrolar de todo processo e fiquei encantada com a força e determinação de Yvonne em fazer enfrentamento em nome da vida dos que ficaram , e a partir daí, disse que um dia iria conhecê-la.
E , em dezembro de 2019, 25 anos após a chacina, soube de Yvonne em um jantar na casa de Patrícia Mourão, no Rio de Janeiro,quando conheci Gustavo Carvalho, advogado da pedagoga-ativista e o contato se fez, no primeiro momento via celular.
O 23 de julho de 1993 foi determinante para que Yvonne ,pedagoga abrisse um leque de possibilidades para o trato-cuidado com as crianças de rua. E dessa determinação surgiu o Projeto educativo Uerê, que mantém uma escola no complexo da Favela da Maré, desde 1998 e por onde já passaram 7 mil crianças e adolescentes.
Ainda não olhei Yvonne nos olhos e nem dei o abraço desejado, mas fico feliz pelos singelos votos de novos tempos que me envia, e reafirmo do olhar terno que tenho pelo ativismo dessa moça. Maior respeito.
Prazer Yvonne. Que os novos tempos sejam menos ácidos! Principalmente para juventude, negra,periférica e desassistida.

Raízes da África