Maceió, 23 de dezembro de 2019
Companheiro Ronaldo Lessa:
A nossa amizade e o nosso companheirismo vêm desde quando você retornou a Alagoas no final da década de 70. Estivemos em partidos diferentes, mas lutando pelas mesmas causas: o fim da ditadura, a consolidação da transição democrática e as mudanças em Alagoas, muitas delas operadas a partir da prefeitura de Maceió na sua gestão e na gestão de Kátia Born; e também no estado, quando você governou Alagoas.
Estivemos juntos durante quase vinte anos no PSB. Você foi para o PDT e vem contribuindo com a organização partidária, além de ter exercido o mandato parlamentar como deputado federal, marcado pelo combate em prol dos interesses da população mais pobre, dos trabalhadores (as) e pela defesa da indústria e da empresa nacional.
Eu me filiei ao PDT com o propósito de continuar contribuindo minimamente com o partido em Alagoas. Nunca fui varguista; aliás, mantenho muitas reservas em relação ao antigo ditador. Tampouco fui janguista ou brizolista.
A minha filiação ao PDT se deve à conjuntura local. Muito embora tenha votado em Ciro Gomes e feito campanha para ele, não concordo com as atitudes beligerantes e desqualificadas que Ciro Gomes vem assacando contra frei Leonardo Boff, os jornalistas Paulo Moreira Leite e Kiko Nogueira, para ficar tão só nesses casos.
O fato de o candidato do PDT à presidência da República se negar a participar da articulação de uma Frente Ampla com os partidos de esquerda e movimentos sociais é, para mim, o motivo principal para a minha desfiliação. Eu poderia elencar outras diatribes do pedetista.
A última ocorreu no sábado, dia 21, quando, visivelmente embriagado, bateu boca com um grupo de torcedores em Fortaleza. Definitivamente não será esse o meu candidato a presidente da República.
Ronaldo, quanto às eleições locais, estamos juntos.
Um forte abraço.
Geraldo de Majella