O historiador Sávio Almeida no lançamento de seus recentes livros destacou: “Jamais foi visto na história recente de Alagoas um movimento editorial de livros como esse que estamos testemunhando”. Essa frase destaca o auspicioso período para as áreas das ciências e literatura nas terras caetés, apesar de um cenário tão adverso para o conhecimento e intelectualidade. Alagoas resiste, a pequenina terra de Nise de Oliveira, José Marques de Melo, Jorge de Lima, Graciliano Ramos, Ledo Ivo e tantos outros não se dobra aos movimentos obscurantistas. É gigante em atitudes.

Nesse sentido, dois grandes eventos foram exemplos. Mostraram a capacidade de Alagoas e, especialmente, da Universidade Federal, promover grandiosos momentos, que reafirmam nossas identidades, revelam potencialidades e fortalecem o espírito de transformação pela educação e justiça social.

O primeiro deles, a 70º Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, entre os dias 22 e 28 de julho de 2018. Durante uma semana a UFAL foi o centro nacional da ciência, tecnologia e inovação. Ela abriu seus braços para recepcionar a sociedade alagoana. A grande maioria da população que lhe visitou durante a semana, jamais tinha colocado seus pés numa instituição pública de ensino superior. Com o tema Ciência, Responsabilidade Social e Soberania, a 70ª SBPC aconteceu no momento que o estado tem sido privilegiado como um dos principais destinos à realização de importantes e grandes eventos científicos, acadêmicos e tecnológicos do país.

Em seguida veio a 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Ao contrário da SBPC, desta vez a UFAL foi ao encontro dos braços do povo. Entre 01 a 10 de novembro, o histórico e bucólico bairro do Jaraguá atraiu milhares de pessoas, famílias, estudantes, intelectuais etc. que pelas ruas desfilavam alegria e o interesse pela leitura, liberdade de imaginação e pensamento, e autonomia nos comportamentos e formas de expressão. A interação entre o público e os temas de sua edição, alcançou a plenitude e Jaraguá, de fato, tornou-se um livro aberto no sentido figurado.

A 9ª Bienal chamou atenção por vários aspectos. Entre eles, destaca-se que mesmo com o avanço da modernidade, as ruas ainda encantam quando por elas as pessoas se encontram e revivem ou descobrem o passado, ao contemplar e visitar as antigas construções. O caldo de cultura, saber e liberdade de expressão fizeram da Bienal do Livro um evento inesquecível. Assim como a 70ª SBPC, deixará marcas na memória, especialmente das crianças e jovens.

O sentimento de satisfação da sociedade alagoana que compareceu e saboreou esses dois magníficos e históricos momentos, revela que o caminho mais auspicioso para Alagoas encontrar maior justiça social, passa, necessariamente, pelo desenvolvimento da educação, ciência, tecnologia e inovação.

Parafraseando o mestre Sávio de Almeida, talvez Alagoas jamais tenha visto em sua história uma confluência tão importante e estratégica de interesses entre instituições, pessoas e gestores que dão um significado ainda maior à estrada que devemos percorrer com mais segurança. Através desses dois eventos, instituições públicas e de Estado como a UFAL e a Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas – FAPEAL, saem muito mais fortalecidas e se mostram como referências, social e economicamente, para o desenvolvimento do estado.

 

Texto originalmente publicado no site da Universidade Federal de Alagoas para avaliar e comentar a 9ª Bienal do Livro de Alagoas,em conjunto com outros autores. Todos os textos estão disponíveis ao clicar aqui