O aparecimento de quatro golfinhos em menos três dias ascendeu um sinal de alerta entre os especialistas ambientais no estado de Alagoas. O último animal marinho foi encontrado na manhã desta quarta-feira (30), na Praia do Francês, na cidade de Marechal Deodoro.
Em entrevista ao Cada Minuto, a bióloga do Instituto Biota, Waltyane Alves, afirmou que inicialmente não é possível afirmar a causa da morte dos animais, entretanto nenhum deles havia indícios de interação com o óleo que atinge o litoral do nordeste brasileiro. “Realizando analises iniciais na pele e na cavidade bucal destes animais, foi possível identificar que nenhum dele possuía indícios de interação com o óleo”.
Ainda segundo a bióloga, dos quatro golfinhos, três pertencem a espécie, sotalia, popularmente conhecidos como, boto cinza e apenas um pertence a espécie stenella clymene, e que costumam viver na região de costa. “Essa espécie possui um hábito mais costeiro, então acaba tendo um maior registro de encalhe, seja do contato com embarcações, poluição ou até mesmo de pesca”, destacou.
Waltyane destacou ainda que ao longo dos dez anos em que o Biota faz o monitoramento do litoral alagoano, não é comum o aparecimento de animais marinhos nesse período tão curto de tempo. “A real causa da morte só iremos obter após uma avaliação mais detalhada com a realização de exames mais complexos”.
A biolaga destacou ainda que as causas da morte também podem estar ligadas a questões patológicas. “Apesar da gente buscar por achados de interação antrópica, a causa da morte também pode estar relacionada a outros fatores, como alguma patologia entre os próprios animais”, finalizou.
Os animais mortos estão sendo encaminhados para o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), na cidade de Viçosa, onde os profissionais devem realizar a necropsia e exames necessários para que possam atestar a causa da morte.
*Estagiário sob a supervisão da editoria