O deputado Cabo Bebeto (PSL) saiu em defesa do Jair Bolsonaro (PSL) durante a sessão desta quarta-feira (30), na Assembleia Legislativa, em relação à reportagem, exibida ontem no Jornal Nacional, apontando o surgimento do nome do presidente na investigação acerca do assassinato da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio de Janeiro e do motorista dela, Anderson Gomes.
“O brasileiro insiste em ser inocente em algumas questões”, pontuou o parlamentar, informando que não assiste mais, nem permite que a Rede Globo tenha audiência em sua casa, mas viu a reportagem nesta manhã, enquanto tomava café no mercado.
“A Globo, de forma inteligente e sorrateira, insinua a participação do presidente no homicídio da vereadora”, desabafou Bebeto, acrescentando que, na mesma matéria na qual foi feita a insinuação, é dito que Bolsonaro, então deputado federal, estava na Câmara dos Deputados, em Brasília, na ocasião.
Para ele, essa é mais uma tentativa de desgastar o presidente, assim como ocorreu no caso das queimadas na Amazônia e no desastre ambiental no Nordeste. “A acusação era de omissão, de retaliação, mas agora é de assassinato...”, frisou, defendendo também a reação de Bolsonaro após a exibição da matéria: “O presidente fez um discurso emocionado, é natural, é humano... Certamente eu teria uma reação pior ao ser acusado de um homicídio que não cometi”.
Ao final, o deputado mandou um recado para Jair Bolsonaro: “O sistema é bruto, a cruz é pesada, mas as pessoas de bem continuam de seu lado... Conte com o brasileiro e a brasileira de bem”.
O caso
Conforme reportagem exibida ontem no Jornal Nacional, um porteiro do condomínio onde Bolsonaro morava, no Rio, contou à polícia que no dia 14 março de 2018, horas antes do assassinato de Marielle e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM Élcio Queiroz, um dos suspeitos dos crimes, disse na portaria que visitaria Jair Bolsonaro, mas seguiu para a casa de Ronnie Lessa, também acusado pelo duplo homicídio.
Os registros de presença da Câmara dos Deputados comprovam que Jair Bolsonaro estava em Brasília na ocasião.
Depois da exibição da matéria, o presidente gravou um vídeo no qual, além de negar qualquer envolvimento no caso, usou palavras como “canalhice” e “patifaria” e expressões como “jornalismo podre e sem escrúpulos” para se referir a Rede Globo.