A trajetória política de Benedito de Lira iniciou-se nas eleições de 1966, quando foi eleito vereador pela Arena com 254 votos na cidade de Junqueiro, sua terra natal.

Benedito de Lira (Arena), foi eleito duas vezes vereador por Maceió. Nas eleições de 1972 foi eleito com 2.418 votos e nas eleições de 1976 com 2.678 votos. No seu segundo mandato foi presidente da Casa de Mário Guimarães.

Depois de duas eleições consecutivas, eleito vereador por Maceió, crescia o capital político de Biu de Lira, tornando-se uma força política não apenas na capital como também no interior do Estado. Nas eleições de 1982 foi eleito deputado estadual pelo PDS com 14.425 votos, ficando em 9° lugar das vinte e quatro vagas em disputa. Benedito foi eleito presidente da Casa de Tavares Bastos para o biênio 83/84. Nenhum deputado de primeiro mandato havia, até aquela data, conseguido se eleger presidente da Assembleia. Biu quebrou esse tabu.

Benedito de Lira (PFL) ainda foi eleito por mais duas vezes para deputado estadual. Na eleição de 1986 foi eleito com 12.484 votos, ficando em 8° lugar das vinte e sete vagas em disputa. Na eleição de 1990 foi eleito com 12.636 votos, ficando em 3° lugar. Biu foi eleito pela segunda vez presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 93/94.

O crescimento político de Benedito de Lira (PFL) em Alagoas o fez ser ousado e se candidatar a deputado federal nas eleições de 1994, tendo sido eleito com 34.217 votos, ficando em 6° lugar das nove vagas em disputa.

Nas eleições de 1998, vivíamos um momento de grandes dificuldades. O Estado dependia de recursos do Governo Federal para pagar os salários atrasados dos servidores, havia o escândalo das letras e o conflito na Assembleia Legislativa para aprovar as contas do ex-governador Divaldo Suruagy. A situação era crítica e tornou muito difícil para o grupo da situação eleger o próximo governador.

O grupo da situação tinha dois pretensos candidatos ao Governo do Estado, o governador Manoel Gomes de Barros (PTB) e o senador Teotônio Vilela Filho (PSDB). A demora pela definição da escolha do candidato prejudicou bastante a campanha desse grupo que já sofria um desgaste diante da situação do Estado.

O senador Teotônio Viela Filho (PSDB) resolveu abrir mão da sua candidatura e passou a apoiar o governador Manoel Gomes de Barros (PTB). O PSDB indicou para vice da chapa do governador, a deputada federal Ceci Cunha (PSDB). A deputada Ceci Cunha logo desistiu de ser vice, alegando a fragilidade da campanha do governador e a falta de apoio dos grupos políticos que faziam parte da coligação, vindo a pedir novo registro ao TRE e sendo candidata à reeleição. O candidato Manoel Gomes de Barros passou um bom tempo sem um vice e para a chapa não ser indeferida pelo TRE, em virtude do prazo de registro de chapa, indicou para vice, Anadete Martins Moura, secretária executiva do PSDB. Depois de idas e vindas, finalmente, Anadete foi substituída pelo deputado federal Benedito de Lira (PFL) como candidato a vice-governador. Naquela eleição Biu tinha uma reeleição garantida para deputado federal, porém a decisão de ser candidato a vice-governador naquele pleito tenha sido um grande equívoco político cometido por ele. Além de sua chapa ter perdido a disputa, Benedito ficou durante quatro anos sem mandato.

Benedito de Lira ainda foi eleito por mais duas vezes a deputado federal. Na eleição de 2002 foi eleito pelo PTB com 53.409 votos, ficando em 8° lugar; na eleição de 2006 foi eleito pelo PP com 106.593 votos, sendo o mais votado naquele pleito. Ao longo de seus mandatos como deputado, Biu tinha como marca registrada a imagem de canalizador de recursos para o Estado junto ao Governo Federal.

Nas eleições de 2010, Benedito de Lira (PP), foi candidato a senador da República, fazendo dobradinha com Teotônio Vilela Filho (PSDB), que foi candidato a reeleição ao governo do Estado. Das duas vagas em disputa para o Senado, Biu ficou em primeiro lugar com 904.345 votos (35,58%). Benedito trouxe naquela eleição uma forte campanha de mídia na desconstrução da candidatura ao Senado de Heloísa Helena. Os fatores determinantes para a sua vitória foram ter ao seu alcance a máquina do Governo Federal, Estadual e também por ter a ampla maioria das prefeituras ao seu favor.

A aliança vitoriosa entre o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e o senador Benedito de Lira (PP) nas eleições de 2010 não se repetiu nas eleições de 2014. Todo o grupo da base do governador imaginava que nas eleições de 2014 haveria uma inversão na chapa em que o candidato para o Governo do Estado seria o senador Benedito de Lira (PP) e para o Senado o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB), porém o governador não apoiou a pretensão do senador Benedito de Lira em ser candidato ao Governo do Estado, como também não saiu candidato nas eleições de 2014. Essa posição tomada pelo governador, causou um grande impacto no meio político e esfacelou a base de apoio ao Governo.

A decisão do governador não esmoreceu o senador Benedito de Lira (PP) no seu projeto de ser candidato ao Governo. Fez uma reengenharia política e construiu uma aliança com os partidos: DEM, PSB, PPS, SD, PR e PSL. Essa aliança escolheu o senador Benedito de Lira (PP) como candidato ao Governo do Estado e o deputado federal Alexandre Toledo (PSB) o vice. O advogado Omar Coelho (DEM) foi o escolhido para ser o candidato ao Senado. Benedito foi o segundo colocado naquele pleito com uma votação de 435.837 votos (33,92%). Os fatores determinantes para a sua derrota já no primeiro turno foram: uma campanha sem recursos; a utilização ineficiente das redes sociais; uma performance sofrível nos debates e por não ter conseguido repetir a dobradinha com o governador Teotônio Vilela (PSB) das eleições de 2010.

Nas eleições de 2018, Benedito de Lira (PP) foi candidato a reeleição ao Senado da República, porém não teve a mesma performance da sua primeira disputa de 2010. Biu ficou em quarto lugar com 364.316 votos (14%) das duas vagas em disputa. Três fatores pesaram para o seu baixo desempenho naquela eleição: a máquina do Governo do Estado a favor dos dois candidatos ao Senado do governador Renan Filho (MDB), principalmente seu pai Renan Calheiros (MDB); o fenômeno eleitoral Rodrigo Cunha (PSDB) e por não ter tido um candidato à altura para fazer dobradinha com ele para o Governo. Biu juntamente com seu filho Artur Lira (PP) ainda lançou Fernando Collor para o Governo do Estado, porém Collor não conseguiu unir o grupo político de Lira, ocorrendo em seguida a sua desistência àquela candidatura.

Biu tem 52 anos de disputas eleitorais e acreditamos que ainda tenha potencial para uma próxima.