A tortura contra os presos em períodos de normalidade democrática no Brasil é uma prática institucionalizada. Nas ditaduras a que o país foi submetido no século XX ‒ o Estado Novo de Getúlio Vargas (1937-1945) e a Ditadura Militar (1964-1985) ‒, indistintamente os presos comuns e os presos políticos foram torturados, assassinados, e centenas “desapareceram” para nunca mais ser encontrados.
Esse terror infame nunca deixou de rondar as delegacias de polícia em Alagoas. É sempre bom rememorar os defensores dos direitos humanos ‒ e aqui o advogado e então deputado José Costa é e será sempre lembrado como um destemido defensor dos cidadãos que não têm voz, dos que não têm corporação empresarial e de tão pobres não dispõem de condições financeiras para contratar um advogado para defendê-los da sanha brutal dos agentes do Estado.
Aqui no “Cada Minuto” o colega Célio Gomes passou a questionar o comportamento das autoridades, tanto as responsáveis pela segurança pública, inclusive e principalmente o governador Renan Filho, como o Ministério Público, chamando-os à responsabilidade. Com o dedo em riste cobrou da OAB o motivo de ela ainda não ter se pronunciado sobre o terrível caso.
Esta senhora, Darcinéia Almeida, conta agora com a proteção de Deus, que não vai lhe faltar; mas no mundo terreno e cão, não basta acreditar em Deus. A sociedade civil e a OAB têm um papel essencial. A Defensoria Pública é a instituição do Estado que abraçou a causa. Faltam, porém, os partidos políticos progressistas, de esquerda, os movimentos sociais e as igrejas.
Os que conhecem os meandros policiais e do Estado sabem que o tempo é contado a favor dos agentes do Estado, e aqui não estou prejulgando, mas relembrando dois casos: o jovem Davi Silva, desaparecido, e o ex-líder estudantil Nô Pedrosa, assassinado sem esclarecimento.
Célio Gomes, repórter experiente que é, diz: “Não conheço a trajetória acadêmica de Fábio Costa. Suponho que ele não tenha formação em medicina. Mas, mesmo assim, o doutor não vê nada de errado em especular sobre a saúde mental de uma mulher que acaba de perder um filho. ‘Não temos um laudo’, ele admite. Então por que chutar informação sobre algo tão delicado? É um caso clássico de tentativa de desqualificar a denúncia”.