Entre os anos de 1930 e 1968 a indústria cinematográfica norte-americana se submeteu a um conjunto de normas que visava garantir a moralidade dos filmes produzidos e distribuídos nos Estados Unidos.

A cartilha, que ganhou o título de "Código Hays", em homenagem ao Presidente da Associação de Produtores e Distribuidores de Filmes da América, Will H. Hays, estabeleceu uma auto-censura dos estúdios para melhorar a imagem do cinema após alguns escândalos ganharem as manchetes dos jornais. Casos de estupro e assassinato envolvendo astros, além de filmes cercados de assuntos delicados, geraram uma onda de ataques de grupos políticos, religiosos e sociais. Com isso, os chefões dos grandes estúdios decidiram mostrar para a sociedade suas preocupações em trazer para o público obras afinadas com os preceitos morais do país.

Ao entrar em vigor o "Código Hays" estipulou duas principais diretrizes de censura.
Os "Não pode nos filmes" determinava que não poderia haver nudez, tráfico de drogas, escravidão de BRANCOS, miscigenação, ridicularização do clero, ofensa a qualquer nação,  raça ou credo, nem poderiam ser pronunciadas as palavras "Deus", "Droga", "Inferno", entre outras.

Os "Tome Cuidado" dos filmes, incluíam cautela no uso da bandeira, armas de fogo, assassinato, simpatia pelos criminosos, policiais e beijos excessivos. A lista ainda possuía mais pontos para tomar cuidado, mas vamos ficar por aqui.

Muitos filmes sofreram com os cortes da censura. Talvez o caso mais famoso tenha ocorrido em "Casablanca" (1942), que precisou mudar o final e cortar uma cena de amor entre Rick e Ilsa, então casada com o personagem Laszlo.

Já na década de 60, com a ascensão da TV, a invasão de filmes estrangeiros sem as amarravas da censura e o crescente movimento da contra-cultura americana, o Código Hays começou a perder força, até que em 1968 ele foi substituído pelo sistema de classificação indicativa em moldes semelhantes aos que conhecemos hoje.

Impressionante como algumas normas tinham validade até pouco tempo...