A trajetória política de Antônio Saturnino de Mendonça Neto iniciou-se nas eleições de 1974, quando filiado ao MDB foi o deputado estadual mais votado daquele pleito com 15.171 votos. A força dos seus discursos era a sua marca registrada.
Mendonça Neto durante seu mandato como deputado estadual, usou a tribuna da Casa de Tavares Bastos para denunciar a organização criminosa e clandestina “sindicato do crime” que assassinava políticos e quem mais os chefes entendessem como obstáculos em suas vidas. A coragem e a firmeza dos seus discursos acalorados o credenciou a almejar voos mais altos. Nas eleições de 1978 foi eleito deputado federal pelo MDB com 26.789 votos, ficando em 3º lugar das sete vagas em disputa.
Nas eleições de 1982 Mendonça Neto (PMDB) desiste da sua candidatura para Câmara Federal e disputa uma vaga para deputado estadual. Mendonça era a voz da oposição na época sombria da ditadura. Mendonça era considerado o maior orador de Alagoas, tendo em Carlos Lacerda sua referência maior, foi o deputado estadual mais votado naquele pleito com uma votação de 25.692 votos. Seu slogan era: Mendonça é a voz que não se cala .
No seu segundo mandato como deputado estadual, Mendonça continuou implacável em seus discursos na Assembleia Legislativa, denunciando as mazelas dos gestores públicos. Nas eleições de 1986 Mendonça Neto foi candidato ao senado na chapa na qual Fernando Collor era o candidato ao governo do Estado. Mendonça Neto não foi eleito, ficando em 3º lugar com uma votação de 202.428 votos (16,74%). Quatro fatores foram determinantes para sua derrota: a aliança com Collor, o seu isolamento político, o poder econômico dos seus principais concorrentes e o casuísmo do voto de legenda.
Nas eleições de 1988, Mendonça foi candidato a prefeito de Maceió pelo PMN, ficando em 5º lugar no pleito com uma votação de 552 votos. Os fatores que determinaram a sua votação inexpressiva foram o isolamento político e o fato de ter se abrigado em um partido nanico.
Em 1988 filia-se ao PDT, legenda pela qual foi candidato pela segunda vez a deputado federal nas eleições de 1990. Foi eleito com 25.598 votos, ficando em 9º lugar das nove vagas em disputa. Sua segunda passagem pela Câmara Federal foi marcada por discursos contundentes contra seu arqui-inimigo Fernando Collor de Mello.
Ao longo da sua história política, Antônio Saturnino de Mendonça Neto, foi um dos principais nomes da oposição. A partir das eleições de 1994 não conseguiu obter êxito em nenhuma outra disputa eleitoral ( eleição de 1994 – 1.924 votos como suplente de deputado estadual pelo PDT; eleição de 1998 – 4.170 votos como suplente de deputado federal pelo PDT; eleição de 2002 – 3.457 votos como suplente de deputado federal pelo PMDB; eleição de 2010 – 1.781 votos como suplente de deputado estadual pelo PSOL).
Mendonça Neto calou a sua voz, porém seus discursos firmes e contundentes ficaram registrados nos anais da história.