Setembro chegou e trouxe com ele o início das operações do novo voo que liga Maceió a Salvador. Operado pela companhia aérea Azul, beneficiada com a redução do imposto sobre o QAV, implantado pelo Governo de Alagoas, o voo estreou nessa segunda-feira (02) e estará disponível de segunda a sábado através da aeronave Embraer 195, com capacidade para 118 passageiros.
O trecho Maceió/Salvador é mais uma rota aérea recuperada pelo estado após a falência da Avianca, que ocorreu no início deste ano, fragilizando a malha aérea de todo o país. O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo, Rafael Brito, frisa que Alagoas é o primeiro estado turístico do Nordeste a recuperar o fluxo de passageiros que tinha antes da falência da empresa latina.
“O novo voo para Salvador fomenta o turismo nacional e internacional, já que a capital baiana recebe voos do mundo todo. Além, é claro, de beneficiar muitos alagoanos que têm família, visitam ou trabalham na Bahia frequentemente. O Governo de Alagoas, sob a batuta do governador Renan Filho, agiu rápido e concedeu benefícios para grandes companhias, como a Azul e a Gol, reduzindo os impostos sobre o QAV (Querosene de Aviação) e aumentando a malha aérea do estado. Tanto que superamos o fluxo de passageiros em julho deste ano, no comparativo com o mesmo mês do ano passado”, avalia o secretário Rafael Brito.
Ele garante que esses números positivos seguirão crescendo, já que, em breve o governo de Alagoas concederá o mesmo incentivo para a empresa Latam, que também já sinalizou a intenção de trazer novos voos para o Estado. “É dessa forma que consolidaremos o turismo como grande propulsor da economia do Estado, gerando emprego e renda para a população”, ressalta o secretário Rafael Brito.
O novo voo foi celebrado pelos alagoanos e baianos que dependiam desta conexão direta para trabalhar, rever familiares e também para o turismo regional. Um deles é o industriário Jobson Oliveira Batista, de 53 anos. Ele tem família em Salvador e os visita com frequência. “Com a ‘queda’ da Avianca, a ausência desse voo esgotou as possibilidades de conexão direta. As opções eram conexões em destinos como Recife, Brasília ou São Paulo, o que encarecia a passagem em mil por cento, além de o tempo de viagem era muito grande”, avalia.
Ainda de acordo com Jobson, sem o voo direto, a opção mais viável era a viagem de ônibus, que leva cerca de 12 horas. “Essa viagem tem um preço similar ao do voo direto, porém dura cerca de 12 horas. Isso sem falar no tempo de translado. Já com o novo voo, este tempo, incluindo os traslados, é de três horas apenas. Isso gera mais momentos com a família, maior conforto e mais agilidade na viagem”, comemora.
Eduardo Leite é alagoano e mudou-se para Salvador para fazer pós-graduação em 2016. À época, com o voo da Avianca, ele visitava a família com frequência. “Sempre circulei muito nessa ponte aérea. O voo da Avianca era relativamente barato. Com o fim desta operação, demorei mais a ir para Maceió, porque não compensava pegar um ônibus de onze ou doze horas de viagem para passar só um fim de semana ou três ou quatro dias. Só ia por férias ou grandes feriados. Com isso visitei menos a minha família”, conta.
Com o início das operações do novo voo da Azul, Eduardo conta que poderá voltar com maior frequência à sua terra natal. “O que vai mudar agora é que irei poder ir com mais frequência para Maceió. Eu viajei muito de ônibus à noite nesse período. É mais perigoso, existe risco de assalto e, mesmo tendo serviços como escoltas, por exemplo, a viagem de avião é mais segura e curta”, diz.
Entenda o benefício
Regulamentado pelo convênio 188/2017 e 15/2018, o decreto publicado pelo Governo do Estado em maio deste ano prevê a redução de 12% para faixas de 8%, 6% ou 5% nas saídas internas do querosene de aviação (QAV), realizadas por distribuidoras de combustíveis e destinadas ao consumo de empresas aéreas.
Para adesão ao regime, as empresas aéreas ampliam a oferta de voos para Alagoas, atendendo aos critérios e parâmetros estabelecidos pelas secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz) e de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur). As despesas com combustível representam cerca de 40% dos custos das companhias aéreas e, por isso, impactam diretamente nos custos de operação. Com a redução do imposto, além da oferta de novos voos, o valor do ticket médio das passagens aéreas pode ser reduzido.