Durante a sessão ordinária de terça-feira (13), o senador Renan Calheiros teceu pesadas críticas ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao procurador Deltan Dallagnol e, em menor grau, aos demais integrantes do Ministério Público Federal (MPF), envolvidos nas conversas no Telegram divulgadas pelo site The Intercept Brasil.

Lembrando que, desde o início de junho, “as instituições assistem perplexas a confabulações promíscuas entre procuradores e ex-juízes”, o senador afirmou: “É uma libertinagem jurídica, um libelo inquisitorial de completo desprezo pelo Estado de direito. Não se trata apenas de convicções políticas míopes, mas de uma overdose de transgressões, um sindicato clandestino do crime encabeçado por agentes públicos...”.

Calheiros prosseguiu afirmando que Moro e “alguns vassalos do Ministério Público Federal” foram pilhados em conversas criminosas na tentativa de criar uma Justiça solúvel, ao gosto do cliente. “A confabulação é imoral, ilegal e engorda... Trata-se de um showzinho de imoralidade. Moro era o pauteiro das sombras da Lava Jato e do Ministério Público. Inverte operações, exige frequência das mesmas, questiona estratégias, combina notas e versões contra acusados, seleciona investigados, patrocina blindagens e interfere em todos os Poderes: Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça, Câmara dos Deputados, Senado Federal e Executivo”.

Classificando Deltan de “aplicado aprendiz”, o senador disse ainda que, com seu servilismo, o chefe da Lava Jato rebaixou todo o MPF e setores judiciais, “com laranjas, vídeos clandestinos e outras práticas reprováveis”, agindo sempre de forma chula e debochada.

“Engordaram as contas com cachês milionários, pagos por investigados e informações privilegiadas para poderosos grupos financeiros e até igrejas. A ganância da dupla ocultava dois profanadores da democracia. Moro e Dallagnol, todo mundo já percebeu o que aconteceu... Tudo está comprovado e a população sabe o que está acontecendo... Os diálogos apenas comprovam a escancarada corrupção do sistema judiciário, uma tocaia contra mandatários populares. Em conluio, proferiram atos de fé, e não sentenças. Não se combate o crime cometendo outros. As autoridades se igualam aos facínoras e causam prejuízos irreparáveis à institucionalidade”,

Calheiros finalizou o pronunciamento cobrando agilidade em relação a sua representação, no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) contra o procurador e anunciando que ingressou com outra representação contra Deltan e Eduardo Pelella, desta vez pelo “conluio” tramado contra o presidente do STF, ministro Dias Toffoli.