O deputado Davi Maia (DEM) anunciou que irá ingressar com uma Ação Popular na justiça contra o projeto, de origem governamental, que visa à construção de 25 barramentos (estruturas de retenção de barragens) ao longo dos primeiros 65 quilômetros do Canal do Sertão. A obra será tocada com R$ 21,5 milhões em recursos do Fundo Estadual de Combate à Extrema Pobreza (Fecoep).
Em conversa com o Blog, Davi Maia reforçou que o projeto não tem justificativa: “A água do Canal do Sertão já está armazenada, sendo desnecessária a construção de barramentos para tal... É preciso trabalhar no abastecimento”, disse, voltando a lembrar que os agricultores estão tendo dificuldades em ter acesso à água. Ele alertou ainda para a possibilidade da construção dos barramentos deixar salobra a água do Canal.
O projeto foi aprovado pelo Conselho do Fundo durante reunião ocorrida no dia 17 de julho, no Palácio República dos Palmares. A matéria voltou à pauta após o pedido de vistas do conselheiro deputado Galba Novaes (MDB), que opinou pela rejeição da proposta, apontando carência dos dados apresentados.
Na ocasião, a reitora da Ufal, Valéria Correia e a deputada Jó Pereira (MDB), também conselheiras, solicitaram que, antes de ser votado, o projeto fosse analisado por professores da Universidade, mas o pedido foi rejeitado pela plenária, com quatro votos favoráveis e cinco contrários, incluindo o voto de minerva do conselheiro que presidiu a sessão, Felipe Cordeiro, do Gabinete Civil.
"O Canal do Sertão está sendo subutilizado enquanto disponibilidade hídrica... Não seria mais produtivo deliberarmos sobre projetos de abastecimento de água nas comunidades ribeirinhas do Canal, que seria prioridade dentro do foco do combate à pobreza? Outra coisa, já há manchas de produção no Canal e não há projetos quanto a isso. Não seria prioridade?”, questionou Jó durante a reunião.
A parlamentar votou contrária ao projeto.