Excelência, o 25 de julho marca o dia nacional da mulher negra e de Teresa de Benguela. 
Teresa de Benguela rainha preta do século XVIII foi braço firme no comando do  Quilombo de Quariterê, localizado em Mato Grosso. Estrategista militar e dirigente política foi presa  e teve sua cabeça cortada e exposta na praça do quilombo.
Teresa de Benguela foi morta pelo Estado Brasileiro, em meados de  1770. 
Sendo Alagoas um território referencial das lutas centenárias do  decantado Quilombo dos Palmares e a primeira república negra e livre das Américas é  de singular importância  que  Vossa Excelência,como chefe de estado, esteja atento às questões afeitas a mais da metade da população alagoana, principalmente das mulheres pretas.
Entre pret@s e pard@s somos mais de 67% da população alagoana.
Alagoas, Excelência é um estado negro que precisa romper com as amarras da política do pardismo  e pautar a legitimação das políticas afirmativas, além das datas pontuais, como o 20 de novembro, por exemplo.  
Uma pena que as escolas alagoanas desaprenderam a lição de exercitar, cotidianamente a Lei nº10.639/03.
Alagoas já foi estado referencial na aplicabilidade da Lei. Onde é que estamos errando, Excelência?
Pensar em desenvolvimento sustentável  do território alagoano é, sobretudo, estabelecer um compromisso com o rompimento das desigualdades étnico-raciais e de gênero.
E dialogar com investimentos em continuadas ações formativa, educativa e afirmativa, como forma de desconstrução e resistência à escravização dos cristalizados conceitos sociais.
Em oficinas-educativas ministradas  em periferias da capital Maceió, que de tão pobres não scbem   nos  mapas sociais, e em escolas  públicas, o Instituto Raízes de Áfricas tem encontrado  cenários iguais e extremamente preocupantes: mesmo com  uma quantidade de melanina acentuada,jovens  dialogam com a auto-negação  do pertencimento. 
O  racismo nos faz fugir da história identitária e dos bancos das escolas, Excelência.
E o  grande percentual de pessoas  analfabetas nas Alagoas de Palmares é preto. 
Mulheres pretas ainda são negligenciadas, em projetos/discussões de políticas e programas sociais.
Por quê, Excelência?
E quando haverá a sanção da lei do Fundo Estadual de Promoção da Iguldade Racial, que desde 2015 descansa no ocaso institucional?
Precisamos aprender com  a quilombola Teresa de Benguela e outras e tantas pretas presas e mortas pelo estado brasileiro que nenhuma conquista se dá sem luta, por isso Excelência vamos continuar reivindicando da Alagoas política o olhar de importância para as narrativas de Áfricas  e pret@.  
Ontem foi dia de Tereza de Benguela.
Pode ouvir, Excelência?