Excelência acompanho, ao vivo, pelas redes sociais a coletiva  sobre o balanço semestral de índices criminais em Alagoas e  ao parabenizá-lo pelos avanços,  ouso me deter em um ponto, quando Vossa Excelência  levanta a questão por que em alguns bairros há mais mortes de jovens. E complementa: "às vezes é falta de polícia, e às vezes não o é".
Permita-me ser invasiva e entrar nessa conversa, no dizer que os territórios pretos  já são  naturalmente criminalizados, simplesmente  por serem pretos, e a criminalização os tranforma em zonas perigosas e vigiadas. Nós,  o povo preto somos objetos de suspeição diária faz um tempo  secular  na história .
Quando a pobreza  periférica se alia a cor da pele  forma-se o catalogo de conceitos preconcebidos que  nos atropelam  e nos desumanizam,socialmente. Tornando-nos  dessemelhantes e desiguais. Falo  como ativista preta do desconfortável lugar  segregador, onde habita o racismo.
Quando Vossa Excelência diz que:"vamos fazer o que a gente imagina  para  combater o crime", amplia  a  confiança popular na máquina pública, entretanto permita-me sugerir  que no bojo do investimento  da política da  segurança pública carece  articular, com instituições  habilitadas, pesquisas que nos aponte  um  diagnóstico acurado das reais causas para a questão: Porque  jovens pretos em Alagoas continuam morrendo, mesmo com a diminuição dos homicidios?
"A gente precisa  manter viva a capacidade de reinventar-se"- afirma Vossa Excelência,  e eu militante- ativista preta  que sou, corroboro  reafirmando que precisamos conversar sobre o racismo institucional, pois é um dos elementos viscerais   e letais que ,paulatinamente sequestra vidas e rouba oportunidades de  toda uma geração de descendentes. 
Jovens pretos.
Precisamos conversar sobre violência, direitos humanos e racismo institucional, Excelência Renan Filho.
Vamos conversar?