O deputado federal Arthur Lira, líder do PP, criticou os colegas que teriam "vendido discursos de proselitismo político, de falsa moralidade, para conquistar likes na Internet", durante a votação da Medida Provisória 870/19, que modifica a estrutura ministerial do governo Bolsonaro.
Na sessão desta quinta-feira (23), a Câmara retirou da MP a emenda - um dos pontos de polêmica nas discussões - que restringia a atuação de auditores da Receita Federal para investigar crimes não ligados a questões fiscais.
Lira fez questão de frisar que, se não fosse o Centrão, a MP não teria votos para ser aprovada. Ele também acusou o colega Filipe Barros (PSL-PR) de não ter cumprido acordos de “procedimento no plenário” feitos com o grupo e de agir de forma midiática na sessão de ontem (22), “quando subiu à tribuna da Câmara, cercado por inúmeros deputados fazendo selfies”.
O parlamentar alagoano destacou que há um acordo para que um projeto de lei (sobre abuso de poder) similar à emenda retirada seja apreciado em regime de urgência. A ideia é discutir o texto por pelo menos duas semanas, e construí-lo em conjunto antes de ser levado ao plenário.
“Os abusos esta Casa já votou, e eu espero que este tema seja tratado com muita correção pelo Senado, para que o Brasil tenha, sim, uma legislação de punir quem acha estar acima do bem e do mal ou acima de todas as leis... O bloco pelo qual aqui eu falo concorda com o acordo e irá participar da redação do texto”, pontuou.
Segundo ele, a intenção é elaborar um texto que não agrida, mas que não permita que direito nenhum de qualquer pessoa seja vilipendiado por quem sempre quer abusar: “Porque, na sua maioria hoje, os auditores querem ser ou membro do Ministério Público ou delegado da Polícia Federal. Desculpem-me os que agem corretamente. Desculpem-me os que agem dentro da lei, mas os casos que nos chegam são sempre de abuso”, completou.