Não sei vocês,mas, tenho enfrentado  tempos áridos. A sensação está muito ligada a essa dicotomia politica/social que acontece no país e consequentemente atinge a alma das pessoas. Claro, que há os  ganhos na vida diária, entretanto, em meu entorno,  apesar dos sorrisos de glamour  nas redes sociais, tem muita gente, mas,muita gente mesmo, sofrendo de tristezas profundas. . 
Não sei vocês, mas, meu dia já começa com  alguns pedidos de  socorro e  nos grupos do face que participo há muitas postagens , carregadas  de tristeza, tristeza, tristeza e depressão.Um retrato nu e cru de que estamos à deriva. 
E por favor, não me venham falar que é falta de Deus no coração.
Depressão é uma doença perigosa, letal. E  apesar de, depressão tem cura.
E a cura pode vir, sem que  a pessoa precise se mate.
Eu não sei vocês, mas, ando experimentando uma impotência enorme, porque  juro que  não consigo ser feliz vendo tanta gente triste. Não, não sou boazinha, altruísta ou coisa e tal. Só sou humana, entende? E quem não teve ou tem seus quadros depressivos,no correr da vida?
Minha melhor amiga/irmã se matou, e apesar dos muitos anos a dor/saudade mora  no cantinho da alma.
Como militante/ativista do Instituto Raízes de Áfricas temos desenvolvido nosso papel de controle social em  uma verdadeira jornada junto ao governo estadual, em Alagoas, para que haja uma conscientização institucional sobre a  epidemia massacrante do suicídio, mas, as respostas que nos chegam ainda  são fragéis e evasivas. E o povo continua se matando.
Em Alagoas o indice de suicídios está quase equiparando os os dos homicidios. E , em que mapa entra essa contagem do crescimento da  violência? Ou suicidio não é uma violência?
São mortes silenciadas, ignoradas, esquecidas em nome de um tabu que  gera um ciclo vicioso.
Não sei vocês, mas, sinto que precisamos fazer alguma coisa, nos levantar , e daí  convidei alguns amig@s , como a Peró Andrade,a grande  dama do circo em Alagoas, e o polivalente Aguinaldo Almeida, que é psicólogo, técnico de enfermagem, sub oficial de marinha mercante, judoca, cozinheiro,  para começarmos uma cruzada social no acolher as gentes que morrem de tantas tristezas.
O projeto "Andorinhas fazendo Verão" ainda está em construção:. O projeto de juntar gente , presencialmente, em nome de nós mesm@s. Gente para falar da gente. Do coração da gente. Dos medos da gente. Gente para trocar abraços. De verdade.
Esta semana , em Maceió,Alagoas teremos nossa primeira reunião naquela coisa de que quando uma andorinha chama outras, a gente faz verão. E vamos precisar de mais gente disposta  a sair do seu lugar confortável para partilhar caminhos coletivos.
É um convite.
Verão, entende?