Erika Ebsen, a mãe de Olívia é  enfermeira  de Florianópolis, Santa Catarina, e diz:
"Esse ano está sendo de muitas conversas com a cria. Fim do ano ela trouxe para discussão essa questão observando os garis: por que só existe gari marrom? Ela tem 6 anos, as discussões são limitadas ainda, mas aos poucos vamos avançando. 
Ontem li uma notícia que me fez chorar, de uma mãe negra que foi comprar sorvete para 2 crianças no McDonalds e foi humilhada. Ela me perguntou o motivo, e conversei com ela. Ela depois me pergunta "e se fosse o contrário?". Conversei com ela que esse contrário não existe na nossa sociedade, e que temos que mudar isso, enxergando as pessoas como pessoas, e lutando para combater o preconceito. 
Sei que é pouco, porque na condição de mulheres brancas há muitas coisas que não conseguimos enxergar, e que precisamos ouvir e buscar transformar esse cenário.
Nesse ano Olivia tem 3 professoras negras, e a coordenadora pedagógica também é negra. 
Eu fico orgulhosa quando ela dá esporro no coleguinha que diz que o outro coleguinha tem o cabelo feio, ou questiona porque as outras pessoas acham uma característica física mais bonita que outra. O mundo da criança ainda é muito pautado na aparência, no concreto, e essas construções históricas não são muito tangíveis ainda. Mas estamos começando, e penso que eu e ela estamos mais acertando que errando. Eu vejo isso quadro ela brinca com as outras crianças, brinca com todo mundo (apesar de que ela hoje brinca mais com as meninas que meninos porque os meninos que ela convive são muitas vezes excluem as meninas devido a socialização que eles trazem do meio)."