Wanderleia, moradora de um municipio alagoano desafou,muito emocionada, sobre a violência que sofreu,durante uma audiência pública para discutir o enfrentamento da violência contra a mulher. Na Assembléia Legislativa,Maceió, Alagoas,em março de 2019.
E ela conta: "Quando fui prestar queixa do estupro senti o olhar do policial que violenta, com acusações que não precisam de palavras.
Acusações que dizem: Alguma coisa você fez para merecer isso.
As mulheres não denunciam perante a sociedade e família por que tem vergonha de assumir que foram estupradas, violentadas. Vergonha de serem julgadas, como se a culpa fosse dela, a vitima.
Eu denunciei meu caso no interior, e depois em Maceió, porque achei que denunciando na capital, que tem mais recursos, seria melhor atendida, acolhida, e foi aí que me enganei.
Policiais, independente, de serem homens da lei, muitas vezes tripudiam de sua dor, mesmo sabendo que estão diante de uma mulher arrasada, destroçada, sem chão.
É uma cultura incorporada de que a safada foi a mulher, que provocou e homem que é homem tem que cumprir seu papel de violentá-la.
Eu procurei a justiça na busca de proteção ,mas, não me senti, nem me sinto protegida, e sim, muito acuada pelo medo.
Não é fácil ser mulher e ter sua alma capturada pela dor. Pela humilhaçao. É uma dor que não se cura. Dói o tempo todo."

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