Durante a sessão especial que discute a atuação de faculdades fantasmas em Alagoas, responsáveis pelo “golpe do diploma”, nesta sexta-feira (22), a deputada Ângela Garrote (PP) disse que, em sua cidade, Estrela de Alagoas, ela mesma botou para correr os “vigaristas” responsáveis por essas instituições.

A sessão que acontece na Assembleia Legislativa foi proposta pelo deputado Marcelo Beltrão (MDB), visando buscar soluções para o problema que lesou milhares de estudantes alagoanos. O encontro de hoje deve anteceder a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para investigar o golpe.

Antes de deixar o plenário, em razão de compromissos no interior, Ângela Garrote falou rapidamente - sem entrar em detalhes - sobre a forma como lidou com o problema em sua cidade.

A intervenção da parlamentar ocorreu após o pronunciamento do jornalista Thiago Correia, da TV Pajuçara, na tribuna da Casa. Autor da série de reportagens que trouxe o caso à tona, em 2018, ele sugeriu a criação da CPI na Casa para investigar a atuação dessas instituições de ensino, denunciou o fato de as faculdades se instalarem sem dificuldade nos municípios e disse que nem o Conselho nem a Secretaria de Estado da Educação têm poderes legais para “fechá-las”.

Lembrando que, sem saber da fraude, foi até madrinha de alguns cursos ministrados pelos “vigaristas”, Ângela Garrote contou que depois de ter sido informada sobre a atuação do grupo por João Catunda, do Movimento Diploma Legal, a faculdade nem chegou a concluir os cursos ofertados em Estrela de Alagoas.

A deputada se colocou à disposição para integrar a CPI, caso ela seja criada, e disse acreditar que as demais integrantes da bancada feminina também encamparão a briga: “As mulheres aqui tem hora que têm mais coragem que esses homens”, alfinetou.

Sem papas na língua, o jeito peculiar de falar de Garrote é universal: pode não ser rebuscado, mas todo mundo entende o recado.

Reação

Consideradas inexistentes pelo Ministério da Educação (MEC), as faculdades que agem também em outros estados, expediram milhares de diplomas sem validade ao final dos cursos de graduação, prejudicando milhares de alunos em Alagoas e no país.

“A Assembleia Legislativa não pode ficar inerte a essa situação que vem ocorrendo em todo o Estado... Nosso objetivo é fazer com que Assembleia seja um local de convergência e mediação para encontrar as possíveis soluções e evitar que mais alagoanos sejam lesados com este golpe”, resumiu Beltrão.

Que a CPI coloque mais vigaristas pra correr e pra responder por todos os danos.