A menina de 10 anos morava em São Caetano do Sul (SP) e na manhã do domingo (17), ela se matou. A outra garota tinha 11 anos de idade e foi encontrada morta, na noite deste domingo (17), em Mundo Novo, a 462 quilômetros de Campo Grande.

As duas mortes por arma de fogo que os pais guardavam em casa.

A  mãe da menina de 10 anos morreu tem só oito meses, e ela  morava   com o pai.

Depois que a mãe morreu, a criança falava abertamente sobre suicídio.

E ninguém prestou atenção?

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está apurando as circunstâncias da morte, da menina de 11 anos.

Em menos de 24 horas duas meninas, 10 e 11 anos se mataram, ou precisamos  romper com a  cultura do silenciamento sobre  o suicídio de crianças e adolescentes.

Precisamos falar sobre suicídio, como problema de saúde pública.

A segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo é o suicídio que, no Brasil, está em quarto lugar entre a mesma faixa etária.

 Conforme a publicação Mapa da Violência, que se baseia em dados coletados pelo Ministério da Saúde, as faixas em que as taxas de suicídio mais cresceram no Brasil, entre 2002 e 2012, foram as dos 10 aos 14 anos (40%) e dos 15 aos 19 anos (33,5%).

Situações desse tipo estão se tornando mais comuns nesta década, segundo diferentes levantamentos, resultando em aumento de mortes entre crianças e adolescentes. E por que esse comportamento está em ascensão? Estudiosos da questão citam indícios e hipóteses, como o sentimento de abandono, a experiência de abusos físicos ou sexuais, a desorganização familiar, o desajustamento na escola ou em casa e a desesperança em relação ao futuro são alguns dos fatores que aparecem como motivadores.

Uma forma de violência institucional, que é o bullying, está fortemente associada ao suicídio no adolescente.

Precisamos de pesquisas e de uma política específica de promoção da vida, prevenção ao suicídio de crianças e adolescentes, e ajuda aos sobreviventes.

Precisamos falar sobre o suicídio como problema de saúde pública, ou precisamos  romper com a  cultura do silenciamento sobre  o suicídio de crianças e adolescentes..