Um dos discursos bem utilizados na campanha do ano passado foi o que defendia a diminuição do Estado brasileiro. Nas costas do PT e do PSD foi jogada a ideia de que os seus governos se metiam em tudo e que - também por isso -, a nação estava em crise. Portanto, era hora de menos governo e mais liberdade para os empreendedores.

Contudo, bastou o maior defensor dessa ideia, o todo poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes, dar sinais de que vai seguir o seu pensamento liberalizante para um dos setores ligados umbilicalmente aos recursos governamentais – e com forte representação no governo e no Congresso - reagir duramente e nervosamente.

Através da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ex-líder da bancada ruralista na Câmara, foi dito que o plano de cortar os benefícios pode desarrumar o agronegócio: "Vamos quebrar a Agricultura? É esse o propósito? Tenho certeza que não é. Não pode criar um pânico no campo: acabou o dinheiro! Não é assim".

A reação dos produtores ocorreu após entrevista do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes ter dito que o "grosso da atividade rural" pode se financiar com as taxas de mercado.

Antes, em Davos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também avisou no Fórum Econômico Mundial que pretende cortar esse ano US$ 10 bilhões da conta de todos os subsídios do Tesouro.

Conclusão: É histórico e secular no Brasil o fato de diversos setores da economia dependerem do apoio governamental seja através de financiamento, garantia de preço mínimo ou de compras governamentais, entre outras questões.

Mas quando surge uma proposta de ‘desmame’, ah, as elites não gostam, se revoltam, e isso pode derrubar não apenas um ministro, mas um governo.

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