As rachaduras no bairro do Pinheiro, em Maceió, não são o único motivo de sofrimento dos moradores que precisaram deixar suas casas. Vítimas de um problema de causas ainda desconhecidas estão encontrando preços mais caros nos aluguéis dos imóveis localizados nos bairros adjacentes. 

Relatos colhidos pelo Cada Minuto apontam que os valores dispararam desde o início do ano, com valores que chegaram a subir mais de 20%. "Vimos um apartamento por R$ 1.300 pela manhã, e à noite fomos fechar e o preço estava R$ 1.600. O imóvel fica no Farol, e ouvi outros casos assim", conta uma moradora que se mudou há uma semana.

Segundo o corretor Agnaldo Barros, esse aumento pode estar acontecendo devido ao valor do auxílio-moradia disponibilizado pelo Governo Federal no valor de R$ 1.000. Ele disse que o aumento dos aluguéis chega a 30% e que varia conforme o local escolhido pela pessoa.

Ainda segundo o corretor, as pessoas que procuram casa ou apartamento para alugar estão evitando dizer que eram moradores do bairro do Pinheiro já que ao dizerem isso os valores “aumentam de maneira exorbitante”

Em entrevista ao Cada Minuto, dois moradores [que pediram para não serem identificados] afirmaram que os alugueis e que até os carros fretados para a mudança estão mais caros.

Segundo Bruno*, morador do Conjunto Divaldo Suruagy há dois anos, o apartamento dele não está na área de risco, mas que o medo e a insegurança diante da situação fizeram com que ele e a família procurassem outro lugar para morar.

“Infelizmente tivemos que sair de lá, mas não para os bairros próximos já que o preço do aluguel está alto. Vou morar na Santa Lúcia, um bairro mais distante, e gastar mais com gasolina já que trabalho na parte baixa de Maceió. Não tenho condições de pagar o dobro do que eles estão pedindo... ninguém acha mais aluguel de R$ 1.000”, contou à reportagem.

Ele disse que acompanhou o caso da prima dele que ia alugar um apartamento no bairro da Gruta por R$ 1.000, mas que ao assinar o contrato a proprietária disse que como a procura estava grande ela estava alugando por R$ 1.300. “Ela não deu escolha à minha prima e disse que se ela quisesse seria por aquele preço”.

Bruno também disse ao Cada Minuto que com alta procura, os corretores perguntam a quem quer alugar se a pessoa é moradora do Pinheiro. “Aí sabemos que o preço é mais alto”. Ele disse que também encontrou dificuldade com os carros fretados para a mudança já que os motoristas estão cobrando o dobro para fazer o transporte. “Eles cobravam R$ 150 do Pinheiro para a Gruta, mas agora estão cobrando R$ 300”.

Após 60 pessoas se mudarem do edifício Tibério da Rocha, no Pinheiro, Fernanda* optou por deixar o apartamento e alugar outro na Gruta. “Fiquei com medo do que poderia acontecer já que de 96 apartamentos, 60 ficaram vazios”.

Fernanda conseguiu um apartamento na Gruta mais caro do que ela pagava e após muitas pesquisas. “Estava difícil até para conseguirmos um apartamento para alugar. Sobraram poucas opções e as que tinham estavam com o preço bem mais alto que o normal”.

 *estagiário sob a supervisão da editoria