Ela me fala com palavras exaustas sobre a decepção de ter sido enganada. Há nela uma grande sensação de impotência e a voz sai engasgada, atropelada pelo vazio.
Essa é uma história da vida real, conta ela- com uma tristeza latente- e aconteceu comigo, fala num rompante: Fui roubada pelo meu próprio irmão.E ser enganada por alguém da sua própria família faz a agressão se tornar mais forte. É como uma punhalada fulminante na confiança que você tem no mundo.
E continua: Foi em uma transação comercial, precisava de alguém para intermediar o negócio, como era meu irmão e tinha conhecimento do assunto deixei-me levar pela confiança. E nunca pensei que ele poderia trair essa questão de ser sangue do mesmo sangue.
Foi meu erro. E a duras penas descobri que ninguém conhece o coração de ninguém quando tem dinheiro envolvido.
E ele me roubou, assim numa macieza de gatuno e cheio de obséquios, deixando-me, agora, em uma situação de dificuldades financeiras. Já entrei com advogado, mas, minha vontade é ir direto a policia. E me olhando inquieta pergunta: O que você faria se o ladrão fosse seu irmão?
Olho para ela e me calo. Qual a resposta?
Há respostas?