O deputado Bruno Toledo (PROS) “elegeu” o colega Silvio Camelo, do PV, como novo líder do governo na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE), durante a sessão extraordinária desta quarta-feira (6), quando foi aprovado o rateio das sobras do Fundeb.
Depois que Camelo defendeu as ações do governo na área da educação e ensaiou pedir adiamento da votação por conta da emenda apresentada por Davi Maia (DEM) ao projeto, Toledo ironizou: “Parece que o governo já tem um líder de fato, embora ainda não de direito”.
O parlamentar também afirmou que a demora no envio da proposta à Casa de Tavares Bastos - entregue durante o recesso, no dia 14 de janeiro - e a falta de movimentação para que a o plenário se reunisse extraordinariamente demonstraram que o rateio nunca foi urgência para o governo: “Desafio qualquer um nessa Casa a dizer que recebeu uma ligação do governador pedindo para acontecer a sessão essa tarde”.
Ninguém levantou a mão.
Alfinetadas
Ainda durante as discussões, Jó Pereira (MDB) lembrou que os professores deveriam ter recebido os recursos em dezembro passado, como ocorreu em anos anteriores, e alfinetou: “Não sobrou dinheiro porque o governo economizou, mas porque não aplicou os recursos conforme preconiza a Lei de Diretrizes da Educação”.
Ela pontuou ainda que, para atender os professores, a Casa também estava passando por cima de critérios essenciais que não constam do projeto de lei, como valores e número de beneficiados.
Relator da matéria, Davi Maia usou a tribuna para frisar que a votação em pleno recesso só foi possível graças a união dos colegas e explicou que, ao contrário do que foi anunciado no “Instagram oficial” do governo, o rateio não era um 14º ou 15º salário, mas uma distribuição de recursos que foram mal gastos.
“O rateio deve ser episódico e não uma rotina... Ele não é ilegal, mas é imoral, pois deve ser feita uma programação do valor do salário do professor”, disse.