Luh Souza, ativista preta de São Paulo escreve:


Antes de perguntar se ESTA TUDO BEM?, prepare-se para a resposta. Lembre-se que esta pergunta não é uma gíria ou mera educação. É uma pergunta profunda, humanista e libertadora para quem vai responde-la. 
Acostumar-se a dar respostas tais como: "Pare de reclamar, sua vida tá muito boa!" ou "Se agarre com Deus que vai tudo melhorar" ou mudar de assunto ou sair de banda largando a pessoa falando sozinha é sórdido. Pra quê perguntar, então?

Não questione se não quer ouvir respostas, sejam elas quais forem. 
Eu faço sempre testes, com isso vou eliminando pessoas da minha vida com as quais eu posso contar e as que jamais poderia ter ao lado para apenas um desabafo. 

Acabei de ler uma carta de suicido, o rapaz dizendo que no trabalho, na faculdade, com a família e a noiva, se mostrava feliz e muitos ficariam surpresos com a decisão dele, já que nunca reclamou de nada. Quantas vezes ele deve ter ouvido a gíria "Está tudo bem?" e ter sido largado sozinho por ser chato? 

Suicidas são como kamikases ou terroristas; morrem deixando um rastro de dor, terror e angústias em todos que os cercam, com a diferença que ninguém morre fisicamente, mas a destruição é enorme para as pessoas que as amam. As perguntas eternas serão: "Porque não percebi?/Porque não perguntei se estava tudo bem?" 

Provavelmente todos perguntaram sim, porém ninguém parou ou quiseram ouvir a resposta. 

Se não vai ouvir.. Não pergunte!