Sofia  contava 16 anos e tinha bonitezas no olhar.

Era um dia desse igual a tantos outros  e a menina estava com os irmãos menores em casa.  Fazia-se guardiã, e precisava protegê-los.

Tinha um plano rascunhado, toscamente, na alma. Um plano de fuga, mas, não queria compartilhar com os irmãos.  Inventou uma maneira de tirá-los de casa. Eles foram para a rua e ela, como queria, ficou sozinha.

Os amigos diziam que ela era uma menina “normal”.

Não parecia ter problema- diz outro.

Era até risonha- relembra um terceiro.

No final dessa história a menina de 16 anos, morre.

Por suicídio.

Mais um.

Até quando?

Precisamos ir além do falar , burocraticamente, sobre suicídio.

Precisamos agir.

Suicídio é problema de saúde pública.

Quando o Estado pensará a questão?

Seu nome era Sofia.