Presente na lista das maiores comédias da história do cinema, "O Grande Ditador" (1940) é o primeiro filme falado de Charlie Chaplin e possui uma inteligente sátira aos governos nazista e fascista da Segunda Guerra Mundial.
Chaplin, que produziu, roteirizou e dirigiu o longa, também o protagonizou interpretando o papel do barbeiro judeu que perde a memória e passa 20 anos no hospital sem tomar conhecimento da perseguição ao seu povo, promovida pelo ditador Hynkel (também encarnado por Chaplin em clara alusão a Adolf Hitler). Benito Mussolini também não ficou de fora da acidez do comediante e ganhou uma versão rocambolesca, que vivia numa disputa de vaidade com o colega ditador.
A época de seu lançamento, o filme foi censurado em alguns países sob a acusação de ter um conteúdo comunista, mas o que vemos é a genialidade de Chaplin, que usa o humor para transmitir sua crítica social e política em um período de guerra e sofrimento. Essa, na verdade, é uma marca do diretor, que permeia sua filmografia com mensagens que vão além da diversão escapista. Desse modo, a comédia se transformou numa ferramenta de conscientização eficaz sob sua batuta.
A cena do ditador megalomaníaco dançando com o globo terrestre é um dos momentos mais icônicos do cinema e o discurso final de "O Grande Ditador" continua forte e emocionante. Não a toa, a banda irlandesa U2, em turnê pelo mundo, costuma utilizar tal discurso na abertura dos shows.
Disponível no YouTube, essa pérola de Chaplin merece ser vista, pois o eterno Carlitos continua a dizer verdades em forma de graça e a inspirar o mundo a refletir após o riso.
10.0
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