Após o término da palestra sobre Feminismo Negro que ministramos, na Escola Técnica da Mooca, em São Paulo, a menina nos seus 16 anos, pele clara e muitas dúvidas existenciais, me instiga:- Eu queria saber o que a senhora acha que sou? Minha família tem uma parte branca e outra negra. Minha mãe diz que sou parda.
Eu a olho com os muitos olhos que me acompanharam ao longo da autoconstrução do saber-me preta e digo:- Essa resposta tem que partir de você. Como você se vê?
Ela me diz que ainda não sabe e continuo a olhá-la, com um carinho extremo. E ela me confessa baixinho- Eu aliso cabelo.
Dou-lhe um abraço, cheio de outros braços acolhedores e digo- Mulher assume logo essa pretitude e vai ser feliz.
E dentro do abraço, emocionada ela me diz- Obrigada, muito obrigada por sua palestra.
Sim, isso e missão!
PS: Em 2016.