Ele se foi para as terras do Orun para redimensionar outras vidas por lá, mas bem que lutou para permanecer mais um pouquinho por aqui.
Ele tinha sede de vida.
Marcos Romão, o primeiro sociólogo negro brasileiro a entrar para um serviço público, via concurso, no Rio de Janeiro.
O Marcos Romão do SOS Racismo.
O Marcos Romão da Rádio Mamaterra.
Do Centro Cultural Quilombo Brasil em Hamburgo.
Marcos Romão, o jornalista.
O meu amigo Marcos Romão atravessou a ponte entre o Ayê e o Orum, e eu fico feliz porque pude antes visitá-lo, em companhia da Ivana Moura, e conversar um monte com ele, rir um bocado.
Estive com Marcos, mais uma vez, em agosto. Todas as viagens ao Rio visitá-lo era uma celebração à vida e a coragem que nutria..
Confiante ele fazia planos de vida, como ter uma bicicleta motorizada, e pedalar pelo mundo afora com sua Ortrun Gutke, a amada e valente companheira faz mais de 26 anos, espalhando sonhos.
Vou me tornar um vendedor de sonhos - disse ele.
O meu amigo, Marcos Romão retornou ao Orun, como um grande ícone da história negra brasileira e que deixa esse pedaço de mundo, com a essência de silêncio e saudade.
O meu amigo Marcos Romão atravessou a ponte entre o Ayê e o Orun e agora vai desacelerar para reconectar com outros tempos e novas histórias cheias de profundezas.
De enfrentamento e luta.
O meu amigo Marcos Romão, um relevante ativista pensante, atuante e transformador dos entornos sociais. Mais uma enciclopédia Barsa da militância negra brasileira voltou para casa.
Está agora distante da esquizofrenia do funil que é o racismo.
Tchau, Marcos!
A família avisa: O Velório será amanhã, quarta-feira, dia 05 de setembro, a partir das 9h, no Cemitério Confraria Nossa Senhora da Conceição.
O sepultamento na parte da tarde, horário a ser confirmado.
R. Gen. Castrioto, 413 - Barreto, Niterói, RJ.