Após a tragédia que tornou cinzas quase todo o acervo Museu Nacional no último domingo, 02, o assunto levantou um questionamento muito sério que é a segurança desses equipamentos. Em Maceió, o Museu de História Natural (MHN), equipamento gerido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), foi vistoriado e notificado pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBMAL) nesta quarta-feira, dia 04.

Ao falar sobre a infraestrutura  do prédio, o diretor do MHN, Jorge Luiz comentou que não recebem nenhum tipo fiscalização ou visitas periódicas e “coincidentemente hoje os bombeiros estiveram fazendo uma notificação para que respondamos dentro de um prazo. A demanda foi encaminhada à Superintendência de Infraestrutura da Universidade e também já foi informado a todas as instancias superiores para que o engenheiro de segurança faça as adequações que hoje foram notificadas” pontuou ele.

Depois da vistoria dos militares e das recomendações o diretor do MHN comentou que tentam fazer uma manutenção periódica, porém “o museu não tem dotação orçamentária e por ser um equipamento da Ufal dependemos diretamente do que vem do Campus”, destacou Jorge, lembrando ainda que o prédio é tombado e qualquer interferência deve seguir uma série de recomendações.

Memória em cinzas

O diretor comentou também que é grande a comoção nacional e é natural que exista essa cobrança por respostas por parte da sociedade que fica comovida após uma tragédia, porém isso é preocupante uma vez que “o incêndio do Museu Nacional não foi o primeiro, outros foram destruídos pelo fogo como o museu de Artes de São Paulo, o Museu da Língua Portuguesa e outros equipamentos culturais do país, onde as medidas iniciam e não tem continuidade”, reforçou Jorge Luiz.

É preciso que haja uma cobrança ao poder público e a sociedade cobre também mais recursos para poder manter esses equipamentos nas condições ideais de funcionamento tanto para dar segurança ao público assim como para seus acervos, que tem um patrimônio imenso depositado nesses equipamentos, desabafou o diretor.

“A sociedade deve cobrar das autoridades que podem e devem liberar recursos para que esses equipamentos culturais não passem por essa situação triste, de descaso, de abandono e que vem sendo sucateado ano após ano pelas gestões deste país a nível Federal e Estadual”, comentou Jorge Luiz ao se referir ao descaso que o MHN enfrenta.

Convite

O diretor comentou ainda que Alagoas e a cidade de Maceió tem inúmeros equipamentos como o Museu de História Natural. “Nós somos os guardiões da memória natural e temos peças do país, de muitas partes do mundo e principalmente de Alagoas”, lembrou Jorge Luiz.

A entrada ao MHN é franca e as visitas podem ser realizadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

*Estagiária sob supervisão da editoria