Ele é um menino como todos os outros que estão ali com ele. Quase todos têm 17 anos. E todos cometeram alguma espécie de delitos.
Eles falam de saudades e a vontade de recomeçar caminhos, mas, ao mesmo tempo reconhecem que não vai ser fácil.
“Quando sair quero arrumar trabalho, construir família, seguir em frente. Seguir a vida...”
Poucos falam em estudar. A vida deles não comporta o “sonho”.
“Sim, eu sei que estou aqui dentro para pagar um ato,mas será que o “cara”, não merece outra chance?”
São 30 adolescentes. 30 vidas interrompidas. 30 vidas, agora, socioeducativas e participam da Prosa de Menino para Meninos, na Roda de Conversa:”No Julho das Pretas Quem Vai Cuidar dos Nossos Meninos?”, que aconteceu na Unidade Socioeducativa Masculina, no Tabuleiro do Martins em Maceió,AL, dia 27 de julho.
Uma ação idealizada pelo Instituto Raízes de Áfricas, com o apoio da Secretaria de Estado de Prevenção a Violência e Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social.
O que é ser socioeducativo?- Pergunta o menino ao Gelson Henrique, prosador: Carioca, 19 anos, Preto, um jovem ativista do Rio de Janeiro que dialogou com os meninos.
“A gente é potência. Somos capazes de ir além, mesmo que a sociedade não nos queiram, nós vamos sair daqui”- fala outro menino.
Alguns sonham. Outros falam na real:”Ando meio deprimido. Está aqui dentro não é fácil.’
“Meu pior dia é o dia de visita. Fico olhando apar aquele portão e ninguém vem me vê. Sei que não é falta de interesse. É que a família do “cara” não tem condições e não tem o dinheiro do transporte.”
E a conversa entrou em esquinas e muitos becos, até que o C. teve a idéia de começar uma batalha de rimas e a tensão do ambiente se diluiu por entre palavras, desafios e empolgantes gargalhadas.
Eu falo pra vocês que um dia eu vou cantar e meu sonho realizar-diz C.
Eles,ainda sonham...