Ela, assumidamente lésbica, tinha 21 anos quando foi estuprada por dois homens que queriam ensinar-lhe como era deitar com um homem de verdade.
A coisa toda aconteceu quando foi visitar uma amiga em um bairro periférico da grande Maceió. Era noite e os homens que a conheciam já estavam de tocaia, arrastaram-na para um campo baldio e a estupraram. Depois de muito tempo ela me contou que se desligou da bruteza do ato para criar como foco permanecer viva. Eram dois homens e ela teve medo de morrer.
Pouco tempo depois se descobriu grávida e apesar da negativa da família optou por ter o bebê, uma menina.
Ela também soube da identidade dos estupradores, mas preferiu não denunciá-los. Eram homens envolvidos com o crime no bairro e ela temia pela filha. Teve disposição de ir atrás e investigou e descobriu pela parecença com a filha, quem era o pai. O homem também soube da paternidade. Logo depois foi assassinado. Ela suspirou.
-Me senti liberta de toda opressão sofrida. De todo medo e revolta que guardava dentro de mim. O estupro, a violação do corpo é a pior experiência que alguém pode passar-afirma.
Sempre insisti que fizesse uma terapia. Ela nunca quis.
A menina dela já vai fazer 18 anos. Não sei se ela contou a história de como foi gerada, mas, de uma coisa eu sei. Foi uma das alunas mais corajosas que conheci. Sempre disse isso a ela.
E espero que a filha dela saiba disso