O Instituto Raízes de Áfricas realizou na segunda-feira, 14/05, "A Parada da Feijoada Solidária com as Mães Encarceradas, ou as Grades dos 130 anos da Abolição Inconclusa."

A Parada foi um encontro de muitas falas, afetos e a palavra  saudade feito verbo. Em alusão ao  dia das mães, a abolição inconclusa e  a liberdade que , ainda, não veio.

Um dos temas discutidos foi  sobre a responsabilidade de ser uma mãe encarcerada.

Foi um dia pra sentir-se pessoa, gente de carne e osso com sonhos e caminhos de possibilidades.

60 mulheres mães de filh@s distantes, mãe ainda com bebê na barriga e dois bebês, contando seis meses de cárcere, participaram da atividade. Os bebês receberam dengo e muitos braços.

Na Parada  teve  diversas dinâmicas, conduzidas pela psicóloga, Juliana Gomes.

“Primeiro vocês precisam acreditar em vocês, olhar no espelho e se afirmarem: Eu estou aqui, mas, não vou permanecer a vida inteira- falou a Juliana.

Teve a  simbologia da árvore da liberdade  que ficou lotada com um  monte de sonhos escritos e pendurados no desejo da materialização.

Teve mãe que  mandou recadinhos: Dê amor aos seus filhos e não importa qual o tamanho que ele esteja.

Tenho 5 filhos adotivos- disse Jane Daris. O que eu quero pra eles é o melhor de mim.

Vocês, ainda, podem ser referência para seus filhos – dizia a psicóloga Juliana Gomes, acalentando a alma solitária daquelas mães,  no espaço em que as emoções /esperanças eram coletivas.

Uma senhora revelou: "Eu já fui mãe, mas, não sou mais porque meus dois filhos morreram e hoje estou aqui, porque livrei um sobrinho de cair nesse mundo. Estou feliz, ao menos ele pude libertar."

A Parada da Feijoada Solidária despertou o sentimento de  caminhos e liberdade.

O que mais dói em uma mãe encarcerada é a falta de informações sobre os filhos, o medo de não ver mais, perder o dia a dia, fases de crescimento.O que dói em uma mãe encarcerada é não poder ser mais a mãe.-sintetizou a mulher com saudades dos filhos.

A Parada contou com o apoio solidário e pessoal  de diversas autoridades, dentre elas: Emilly Pacheco, Diretora Executiva DA Alagoas Ativos, a promotora de justiça Alexandra  Beurlen,MPE, Helder Gonçalves- diretor-presidente da Alagoas Ativos, George Santoro, secretário da Fazenda, Ênio  Lins, secretário de Comunicação, Cláudia Simões, secretária da Mulher e dos Direitos Humanos , Renata Santos, secretária do Tesouro, a Major Viviane Suzuki, Sub Coordenadora da Assessoria Militar do Governador,  e do coronel Marcos  Sérgio secretário da SERIS. pessoas de secretários de estado.

E com a valiosa participação dos agentes penintenciários, a representnte do Presídio Santa Luzia e do motorista Eder Carlos.

E na Parada teve feijoada.