Eles agora fazem parte da relação  de identificação de corpos necropsiados nos IMLs de Alagoas

Marcos Antonio Gomes de Souza, 16 anos; Edvaldo Daniel Barbosa Luiz, 17 anos;  Ricleson Severo dos Santos,  18 anos;  e Marcos Andre Ferreira Silva, 20 anos  são os mortos de Coruripe, em Alagoas de Palmares.

Jovens , em idade produtiva, mas, com os  perfis largamente divulgados como os  da suspeição social: homens, jovens, pretos das periferias pobres.

Segundo o IML, as vítimas de homicídio em Rio Largo foram identificadas como Walisson da Silva Palmeira, Douglas Matheus Pereira Costa, ambos de 14 anos; e André Ricardo de Melo Lira, de 16 Anos.

A ociosidade, a falta de perspectivas, a ausência de programas prioritários que motivem os jovens a assumirem o protagonismo social, gera o clima do “não tenho nada a perder”.

E surgem  os óbitos forjados da ausência  substancial e flagrante de  políticas  estruturais  e públicas e a naturalização de corpos pretos ,como de segunda categoria.

O papel  de todos os governos  é garantir vida da sua população tutelada, inclusive  dos jovens, e quando não o fazem denota uma grave violação ao  direito essencial à vida, humanos e  acordos assinados em convenções internacionais.

"A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. Isso equivale à queda de um jato cheio de jovens negros a cada dois dias. Genocídio da população negra é a expressão que melhor se enquadra à realidade atual do Brasil”, afirma a  CPI do Senado Federal, sobre o assassinato de jovens negros 

E em muitos municípios alagoanos os corpos  inertes, a maioria de  jovens pretos, enfileirados na pedra fria dos necrotérios  continuam sem  causar comoção. Seguem como cruzes/lápides espalhadas nos  cemitérios , sob o olhar da indiferença humana.

Do nosso olhar.

Da nossa indiferença.

Até que seja um dos nossos.