A Roda de Conversa com Fé, Sabores e Axé: o afeto como alimento que faz bem à alma, idealizada pelo Instituto Raízes de Áfricas, com apoio da SERIS,,aconteceu na segunda-feira,30/04 quando é comemorado o Dia Nacional da Mulher, instituído pela Lei nº 6.971/1980.
A Roda de Conversa se deu na cozinha improvisada,ambientada em dos espaços do Presídio Feminino Santa Luzia, em Maceió,AL,com cheiro de pipoca estourando na lembrança da infância.
Uma cozinha simples, rústica é verdade, mas, feita de partilhas e possibilidades de recomeços.
Nossa cozinha improvisada alinhou comida com afetos substantivos. Fé, Sabores e Axé
Alinhou 31 mulheres reeducandas.Um grupo encorpado com suas culpas, expiações e passos adiantes.
E teve muito afeto quando o pai da menina Milena acendeu o fogo e fez o milho ganhar vida própria, transformando-os em barulhentas pipocas..
A Roda de Conversa foi uma intervenção idealizada pelo Instituto Raízes de Áfricas, cuja argamassa traz uma ampla dimensão afetiva. Discutir relações humanas e afetivas na prisão.
A cadeia é uma escola- já dizia a moça lá atrás. Aqui aprendi a valorizar a vida- complementou.
Na nossa roda que aconteceu na cozinha improvisada teve o eco da canção de Renato Russo, cantarolado pela a menina Milena Santos e endossado pelo coro das presas: “Mas é claro que o sol vai voltar amanhã. Mais uma vez, eu sei...”
Teve dinâmicas importantes, ministradas pela advogada Ana Karine, uma das integrantes da Campanha Escolha a Calma.
Teve a dinâmica de como lidar com a raiva. Karine demonstrou para as mulheres enclausuradas, como pôr a raiva no colo e acalmá-la.
Teve a dinâmica do riso, com direito a nariz de palhaço e tudo.
Precisamos de quando em vez fazer a troca de vestir-se de outr@- afirmou Karine.
Roqueline, uma das mulheres enclausuradas relatou que participar da Roda trouxe a lembrança da reunião em sua família. Quando faziam uma bacia de pipoca ,sentavam no entorno dela e ficavam brincando, rindo, sendo feliz. E ela corria na frente para encher as mãos com as pipocas, antes que acabassem.
Esse momento me trouxe a lembrança de como um dia já fui feliz- finalizou.
E, antes da equipe do Instituto Raízes de Áfricas, ir embora entre abraços e agradecimentos, lá no fundo de cada uma, ecoava a canção do Russo: Mas é claro que o sol vai voltar amanhã. Mais uma vez, eu sei...
E a roda virou ciranda...