Muitos leitores questionaram sobre qual seria a participação e envolvimento do cantor, Max David Moura Rodrigues, cunhado do ex-prefeito de Mata Grande, Jacob Brandão (PP), no esquema de corrupção que desviou cerca de R$ 12 milhões dos cofres públicos de Mata Grande, já que a matéria Dos palcos para prisão: cantor-empresário é cunhado de ex-prefeito repercutiu Brasil afora.
Só lembrando: ele continua preso - preventivamente - até que sejam concluídas às investigações ou não.
Portanto, conversei - com exclusividade - com o promotor de Justiça, Carlos Davi Lopes Correia Lima, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), para falar da Operação Ànomos na cidade do sertão de Alagoas.
Ao receber a ligação, de prontidão, o promotor Carlos Davi respondeu os questionamentos e esclareceu com exatidão qual era a participação do cunhado-empresário-cantor do ex-prefeito foragido da Justiça, José Jacob Gomes Brandão, o Jacob Brandão (PP). Ao ser indagado por este jornalista, Carlos Davi respondeu sem tergiversar.
"Max David é um dos principais membros dessa organização criminosa (Orcrim) e um dos que mais lucravam nesse esquema criminoso na Prefeitura de Mata Grande. Ele ficou responsável por todos os shows, durante os oitos anos de Jacob Brandão, no Executivo municipal. Fazia - no mínimo - seis eventos grandes por anos na Prefeitura. Fora outras festas que a empresa dele era contratada", afirmou.
Considerado "sócio" de bandas e artistas alagoanos, a exemplo da Xatrez - na qual é o vocalista principal , o cantor cresceu também no ramo empresarial e conseguiu - nos últimos anos - ser "sócio" de um escritório de promoção e produção de eventos e bandas/cantores, a Open Music Entretenimento, além de comparte da casa de shows Match Maceió.
O mais o interessante é que - além de ser o "cara" das festas na cidade e vender (shows) bandas que faziam parte de seu 'casting' na empresa Open Music Entretenimento - o cantor também era proprietário da EP Transportes que, segundo o Gaeco, celebrava contratos fictícios com a prefeitura de Mata Grande como se estivesse locando veículos ao Poder Executivo.
Ainda de acordo com o promotor, em depoimento obtido pelo MPE, junto aos colaboradores, ficou comprovado que haviam valores pagos ao então empresário Max David pelos contratos da EP.
"Ele [Max] era vinculado à Prefeitura e lucrava de todos os lados. Era o dono da EP Transportes, onde ganhou bastante e, ainda recebia por parte de eventos/shows. O valor da EP repassado para ele é menor com o que ele faturou em eventos. Mas participava de todos os contratos com a Prefeitura. Ou seja, a constatação - no caso de locação - veio através de um dos caminhões que estava no nome do cantor. Ele também foi um dos beneficiários da EP", reforçou Carlos Davi.
Outro fato importante destacar é que - durante oito anos de mandatos de Jacob Brandão (2009-2012 e 2013-2016) - o cunhado-empresário-cantor de Brandão se beneficiou de muito dinheiro do município sertanejo, através de licitações e contratações de várias empresas em nomes de outras pessoas, mas que eram comandadas pelo próprio Max David.
"Todos os eventos patrocinados pelas empresas do Max eram desde a licitação até contratação final. Por ano, com as empresas que ele contralava, a exemplo da Geraldo Vasconcelos de Castro, houve um faturamento de R$ 1.300.000,00 (hum milhão e trezentos mil reais) por ano, só no período entre 2014 e 2015. Além de outras empresas que eram controladas para serem utilizadas em contratações e desvios de dinheiro em Mata Grande", reiterou.
Por fim, quando o Blog indagou se - realmente - o envolvimento dele estava ligado ao rombo de R$ 12 milhões dos cofres públicos de Mata Grande, o promotor Carlos Davi - respondeu sem titubear e com inteira certeza.
"O envolvimento dele [Max David] está comprovado e ligado aos desvios, fraudes e superfaturamentos nas contratações realizadas na gestão de Jacob Brandão. Isso, por exemplo, em estrutura, bandas, palcos, som e tudo que era ligado a parte de eventos na cidade. Foi Muito dinheiro desviado da Prefeitura de Mata Grande com festas/eventos, durante oito anos, entre os supostos proprietários das empresas, para prestação de serviços que não aconteciam. O Gaeco tem todas as provas de que o objetivo do bando era apenas desviar recursos públicos. Isso é absurdo!", finalizou o promotor do Gaeco, Carlos Davi Lopes Correia Lima.
Portanto, lanchas, carros de luxo, mansões, fazendas... e os estudantes mata-grandeses indo às escolas em carros paus-de-arara.
Riquezas, luxos e mordomias às custas do sofrimento do Povo?
Leia também: Dos palcos para prisão: cantor-empresário é cunhado de ex-prefeito
Só lembrando: Foragidos, os irmãos, Júlio e Jacob Brandão, além do ex-secretário de Finanças, Carlos Henrique Lisboa, estão na lista de inclusão da difusão vermelha da Polícia Federal (PF). Leia mais: Mata Grande: irmão e ex-secretário também são foragidos da Justiça
Em tempo: Parabéns ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) - vida longa!
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